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Discovery muda pouco e mantém essência inglesa
Sob tutela indiana, Land Rover promove jipe à 4ª geração com novos motores
DO ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO
"Pessoal, o carro da esquerda, preto, é o modelo novo, e o
da direita, meio avermelhado, é
o antigo." Assim, Sean Henstridge, designer da Land Rover,
começou a apresentação do novo Discovery 4, ao lado do finado Discovery 3, num telão.
De duas, uma: ou o desenho
do jipão não mudou ou Henstridge supôs que ninguém havia notado as poucas diferenças. Talvez um pouco de cada.
Segundo ele, de fato, as mudanças foram "singelas e discretas". Só os LEDs circulares
nos faróis e a grade dianteira,
semelhante à do Freelander 2,
dão uma pista da quarta geração do Discovery, já sob comando do grupo indiano Tata.
"Manter o design foi um pedido dos clientes, que queriam
apenas um carro menos bruto e
agressivo", conta o designer.
Difícil imaginar que um veterano com cada vez mais contrastes entre linhas verticais e
horizontais seja menos bruto.
Nem deve. Foi assim que conseguiu ser o melhor do segmento desde 2005. Nenhum outro
leva sete pessoas para a lama
pesada com tanta facilidade.
A suspensão a ar, o controle
de descidas íngremes e o Terrain Response continuam lá.
Esse sistema de tração 4x4
ajustável para até cinco tipos de
piso facilita a vida de qualquer
um -ainda que pouquíssimos
donos de fato saiam do asfalto
para a trilha com um carro de
cerca de R$ 170 mil, que chegará ao Brasil em outubro.
A Land Rover, porém, tinha
de melhorar alguma coisa. E foi
direto ao motor. Investiu 100
mil libras esterlinas em três
propulsores novos -dois a gasolina e um a diesel.
O Discovery 4 agora ganha
um motor a diesel de 245 cv e
outro a gasolina V8 5.0 de 375
cv -ambos com injeção direta
de combustível. O V8 ainda pode receber um compressor volumétrico ("supercharged") para chegar a 510 cv. Mas aí já é
uma conversa para os Range
Rover.
Peixinhos a nadar
O LR 4, como é chamado nos
EUA, também teve modificações "singelas" no interior.
Trocaram tudo e parece que
não foi quase nada.
O painel central está mais inclinado, e os elementos redondos ainda dominam as saídas
de ar-condicionado, seus indicadores de temperatura digital
e até um pequeno relógio analógico central. É um detalhe velho rodeado de coisas novas,
como de costume.
O jipão ganhou ainda ignição
por botão e um sistema de som
Harman-Kardon. Até aí, era
pura obrigação para um carro
que se propõe a ser melhor que
o Mitsubishi Pajero Full.
A novidade mesmo são as
cinco câmeras -duas na dianteira, duas nas laterais e uma na
traseira. No console, uma tela
de cinco polegadas sensível ao
toque tenta cercar o jipão de
4,8 m de todas as maneiras.
"Você viu os peixinhos na tela quando atravessou o rio?",
perguntou Richard Beattie, assessor da Land Rover. Ele sabia
que era impossível, mas, para
não perder a piada, apelou para
o humor britânico. Comprou
um peixinho de plástico, com
vara de pescar e tudo, e simulou
a filmagem dentro do rio.
Resta saber se o Discovery 4
vai remar contra a maré dos jipões com design mais moderno.
(FABIANO SEVERO)
O jornalista viajou a convite da Land Rover, que
cedeu o carro para avaliação
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