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Com chave de safira, DBS atropela crise com emoção
Aston Martin, de US$ 270 mil, tem motor de 510 cv e som de 1.000 W
DO "NEW YORK TIMES"
Desde 1965, com o DBS que
aparecia em "Goldfinger", Aston Martin e James Bond desfrutam de uma elegante conexão. Aston Martin repletos de
armas e engenhocas foram dirigidos por Sean Connery, George Lazenby, Timothy Dalton,
Pierce Brosnan e Daniel Craig.
Mas, levando em conta a
atual situação econômica, qualquer pessoa que ainda tenha
condições de pagar US$ 270
mil (R$ 670 mil) por um Aston
Martin DBS poderia inspirar
um filme real, com supervilões
e complôs em escala suficiente
para causar tremores a 007.
Voar sobre pessoas comuns é
justificativa suficiente. Com
um V12 (12 cilindros em "V") de
510 cv (cavalos), qualquer executivo em fuga deixaria acionistas comendo poeira. Os gritos de desempregados enraivecidos passariam despercebidos
ante a potência do som Bang &
Olufsen, de 1.000 W.
Deixando de lado a inveja,
quem compra um Aston Martin precisa saber o que o espera.
Primeiro, deve-se aprender a
ignorar almas de contadores,
que questionam por que o DBS
custa US$ 100 mil (R$ 248 mil)
a mais que o DB9.
O DBS e o DB9 têm em comum um chassi de alumínio e
um motor 5.9 sob os longos capôs. Mas o DB9 já está no mercado há seis anos, uma eternidade para pessoas que desejam
sempre o mais novo e o melhor.
O DBS consegue a façanha de
ostentar velocidade e preço insanos sem fazer com que o proprietário pareça exibido. O Aston Martin é um britânico com
a elegância aristocrática que
não é possível encontrar em
um Lamborghini amarelo.
A linhagem da Aston Martin
remonta a 1914, mas foi necessário a Ford revitalizar a empresa. Após 13 anos no controle, a Ford vendeu a Aston Martin em 2007 a um consórcio
bancado por investidores petroleiros do Kuwait. Não há importação oficial para o Brasil.
"Hooligan"
No primeiro contato com o
DBS, imagina-se que ele rode
como os outros carros da marca: suavemente rápido, mas
macio demais para pôr os
pneus em rodovias sinuosas.
Mas, em vez disso, o DBS sai
rasgando estradas vicinais como um "hooligan". Um botão
no painel regula os amortecedores computadorizados para
desempenho de alta velocidade, e o carro é "colado" ao chão.
Os freios cerâmicos -que
custam até US$ 15 mil (R$ 37
mil) em outros carros exóticos- são de série e têm o poder
de um café expresso triplo.
A transmissão é realmente
manual, uma raridade cada vez
maior em esportivos. E há uma
válvula no sistema de escape
que se abre para liberar o ronco
do V12 em alta velocidade. Ele
consome 5 km/l, diz a Aston.
Tudo que não é de liga leve de
alumínio parece de fibra de carbono -desde o capô até o estabilizador aerodinâmico da traseira. Isso resulta num carro de
1.696 kg, cerca de 50 kg a menos
que seu rival mais próximo, o
Ferrari 599 GTB Fiorano, que,
no Brasil, custa R$ 1,9 milhão.
Os compradores que procuram desempenho sem igual deveriam optar pelos 612 cv do
599 GTB. Mas nem mesmo os
mais fanáticos devotos da Ferrari o classificam como um dos
grandes carros da marca.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
4,3s
é o tempo que o DBS leva entre
0 e 100 km/h; cupê chega a
307 km/h e consome 5 km/l
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