São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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Com chave de safira, DBS atropela crise com emoção

Aston Martin, de US$ 270 mil, tem motor de 510 cv e som de 1.000 W

DO "NEW YORK TIMES"

Desde 1965, com o DBS que aparecia em "Goldfinger", Aston Martin e James Bond desfrutam de uma elegante conexão. Aston Martin repletos de armas e engenhocas foram dirigidos por Sean Connery, George Lazenby, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig. Mas, levando em conta a atual situação econômica, qualquer pessoa que ainda tenha condições de pagar US$ 270 mil (R$ 670 mil) por um Aston Martin DBS poderia inspirar um filme real, com supervilões e complôs em escala suficiente para causar tremores a 007.
Voar sobre pessoas comuns é justificativa suficiente. Com um V12 (12 cilindros em "V") de 510 cv (cavalos), qualquer executivo em fuga deixaria acionistas comendo poeira. Os gritos de desempregados enraivecidos passariam despercebidos ante a potência do som Bang & Olufsen, de 1.000 W.
Deixando de lado a inveja, quem compra um Aston Martin precisa saber o que o espera. Primeiro, deve-se aprender a ignorar almas de contadores, que questionam por que o DBS custa US$ 100 mil (R$ 248 mil) a mais que o DB9. O DBS e o DB9 têm em comum um chassi de alumínio e um motor 5.9 sob os longos capôs. Mas o DB9 já está no mercado há seis anos, uma eternidade para pessoas que desejam sempre o mais novo e o melhor.
O DBS consegue a façanha de ostentar velocidade e preço insanos sem fazer com que o proprietário pareça exibido. O Aston Martin é um britânico com a elegância aristocrática que não é possível encontrar em um Lamborghini amarelo.
A linhagem da Aston Martin remonta a 1914, mas foi necessário a Ford revitalizar a empresa. Após 13 anos no controle, a Ford vendeu a Aston Martin em 2007 a um consórcio bancado por investidores petroleiros do Kuwait. Não há importação oficial para o Brasil.

"Hooligan"
No primeiro contato com o DBS, imagina-se que ele rode como os outros carros da marca: suavemente rápido, mas macio demais para pôr os pneus em rodovias sinuosas.
Mas, em vez disso, o DBS sai rasgando estradas vicinais como um "hooligan". Um botão no painel regula os amortecedores computadorizados para desempenho de alta velocidade, e o carro é "colado" ao chão. Os freios cerâmicos -que custam até US$ 15 mil (R$ 37 mil) em outros carros exóticos- são de série e têm o poder de um café expresso triplo.
A transmissão é realmente manual, uma raridade cada vez maior em esportivos. E há uma válvula no sistema de escape que se abre para liberar o ronco do V12 em alta velocidade. Ele consome 5 km/l, diz a Aston.
Tudo que não é de liga leve de alumínio parece de fibra de carbono -desde o capô até o estabilizador aerodinâmico da traseira. Isso resulta num carro de 1.696 kg, cerca de 50 kg a menos que seu rival mais próximo, o Ferrari 599 GTB Fiorano, que, no Brasil, custa R$ 1,9 milhão.
Os compradores que procuram desempenho sem igual deveriam optar pelos 612 cv do 599 GTB. Mas nem mesmo os mais fanáticos devotos da Ferrari o classificam como um dos grandes carros da marca.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

4,3s
é o tempo que o DBS leva entre 0 e 100 km/h; cupê chega a 307 km/h e consome 5 km/l


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