São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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Do Fusca ao Carrera

Reconstruído, museu da Porsche não quer ser Disneylândia, mas seduz por histórias curiosas de um carro que poderia "grudar" no teto

DO ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART (ALEMANHA)

A reinauguração do museu da Porsche, em Stuttgart (Alemanha), no fim de janeiro, mostra que ostentar um belo acervo vai além da competição entre as montadoras.
Assim como o museu da Mercedes-Benz, na mesma cidade alemã, o da Porsche abusa dos recursos arquitetônicos.
Para que os 5.600 m2 da área de exibição "flutuassem" sobre três pilares, foram investidos em pouco mais de quatro anos cerca de 100 milhões (R$ 300 milhões) -o suficiente para reformar quase todo o estádio do Maracanã para a Copa de 2014.
O maior patrimônio do museu da Porsche, porém, está na coleção de 200 veículos -todos funcionam. Destes, só 80 cabem na área de exposição, que sempre reveza suas estrelas.
Enquanto justifica a seleção de carros para a inauguração, Achim Stejskal, diretor da mostra, aponta para o protótipo de número um da Porsche. "O modelo 356, de 1948, pela sua importância histórica, tem valor incalculável."
Ao seu lado, grafado na parede, a explicação do fundador da marca, Ferdinand Porsche, para começar a produzir seus próprios veículos: "Já que não fazem os carros que eu quero, vou construí-los".

Hitler
Amante da velocidade, Porsche, entretanto, trabalhou no desenvolvimento de modelos "populares", como o Volkswagen Fusca, encomendado por Adolf Hitler para ser o carro do povo alemão. Acabou se transformando num dos maiores ícones da indústria.
Outro modelo que não tinha pretensão de velocista era um trator, produzido em série pela marca na virada dos anos 50. Batizado de Schlepper 218, tem motor de dois cilindros a diesel com 25 cv (cavalos).
E mesmo antes da chegada do utilitário esportivo Cayenne, em 2002, a Porsche já pensava em carros para a família. No entanto, os protótipos 754 e 915, com entre-eixos alongados e vidros traseiros superdimensionados, não agradaram tanto quanto as canções dos Beatles que estouravam nas rádios.
Além de restaurante, biblioteca e loja de suvenir, o museu conta com uma oficina de restauração aberta para clientes da marca. Assim como os visitantes, eles podem acompanhar o trabalho por trás de uma vitrina. E pagar caro pelo serviço original da fábrica.


FELIPE NÓBREGA viajou a convite da Porsche

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