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Do Fusca ao Carrera
Reconstruído, museu da Porsche não quer ser Disneylândia, mas seduz por histórias curiosas de um carro que poderia "grudar" no teto
DO ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART
(ALEMANHA)
A reinauguração do museu
da Porsche, em Stuttgart (Alemanha), no fim de janeiro,
mostra que ostentar um belo
acervo vai além da competição
entre as montadoras.
Assim como o museu da
Mercedes-Benz, na mesma cidade alemã, o da Porsche abusa
dos recursos arquitetônicos.
Para que os 5.600 m2 da área
de exibição "flutuassem" sobre
três pilares, foram investidos
em pouco mais de quatro anos
cerca de 100 milhões (R$ 300
milhões) -o suficiente para reformar quase todo o estádio do
Maracanã para a Copa de 2014.
O maior patrimônio do museu da Porsche, porém, está na
coleção de 200 veículos -todos
funcionam. Destes, só 80 cabem na área de exposição, que
sempre reveza suas estrelas.
Enquanto justifica a seleção
de carros para a inauguração,
Achim Stejskal, diretor da mostra, aponta para o protótipo de
número um da Porsche. "O
modelo 356, de 1948, pela sua
importância histórica, tem valor incalculável."
Ao seu lado, grafado na parede, a explicação do fundador da
marca, Ferdinand Porsche, para começar a produzir seus
próprios veículos: "Já que não
fazem os carros que eu quero,
vou construí-los".
Hitler
Amante da velocidade, Porsche, entretanto, trabalhou no
desenvolvimento de modelos
"populares", como o Volkswagen Fusca, encomendado por
Adolf Hitler para ser o carro do
povo alemão. Acabou se transformando num dos maiores
ícones da indústria.
Outro modelo que não tinha
pretensão de velocista era um
trator, produzido em série pela
marca na virada dos anos 50.
Batizado de Schlepper 218, tem
motor de dois cilindros a diesel
com 25 cv (cavalos).
E mesmo antes da chegada
do utilitário esportivo Cayenne, em 2002, a Porsche já pensava em carros para a família.
No entanto, os protótipos 754 e
915, com entre-eixos alongados
e vidros traseiros superdimensionados, não agradaram tanto
quanto as canções dos Beatles
que estouravam nas rádios.
Além de restaurante, biblioteca e loja de suvenir, o museu
conta com uma oficina de restauração aberta para clientes
da marca. Assim como os visitantes, eles podem acompanhar o trabalho por trás de uma
vitrina. E pagar caro pelo serviço original da fábrica.
FELIPE NÓBREGA viajou a convite da Porsche
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