São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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Futuro é envidraçado e tem frente inclinada

DO ENVIADO ESPECIAL

Nem só de bancos privados vive Genebra. A cidade suíça abriga, além do lago Léman e seu jato d'água, estúdios de design da Itália, da Inglaterra e da Espanha. Seu salão do automóvel só poderia servir mesmo de palco para todos eles.
Estão lá: Pininfarina, Giugiaro, Italdesign, Fioravanti, entre outros. Sem falar nos centros de estilo das próprias montadoras, que também usam a mostra de março para revelar seus insights mais insanos.
Todos, por coincidência ou não, vêem o futuro em carros com frente bem inclinada, ângulo imperceptível entre pára-brisa e capô, grande área envidraçada e traseira "cortada".
"É o melhor compromisso entre a aerodinâmica, a visibilidade, o espaço interno e a facilidade de acesso", explica Nazzareno Epifani, um dos designers que assinaram as linhas do Pininfarina Sintesi.
Para ele, isso não "é uma fantasia, como "Guerra nas Estrelas'", mas como serão os veículos daqui a cerca de dez anos.
O Fioravanti Hydra também abole a coluna "B" e usa desenho semelhante ao do Sintesi.
"Hoje já temos tecnologia para grandes áreas envidraçadas. A nanotecnologia permite ter um vidro mais leve e resistente, que também pode ser hidrófobo [repele a água da chuva]. Assim, eliminam-se os limpadores de pára-brisa", diz o diretor de design e de engenharia, Mateo Fioravanti.
Para ele, o Hyundai i-Mode, o Renault Mégane Coupé, o Saab 9-X BioHybrid Concept e o Giugiaro Quaranta têm a traseira reta para evitar o turbilhonamento do ar, que corre a carroceria a alta velocidade.
"Esses carros estarão nas ruas antes do que as pessoas imaginam", prevê Giuseppe Randazzo, chefe de design da Pininfarina.
Ninguém duvida. Em Genebra, anunciou-se a entrada de seu fundador, Sérgio Pininfarina, no hall da fama da indústria automotiva. Agora, ele figura ao lado de Henry Ford, Rudolf Diesel e tantos outros. Ferrari, Alfa e Maseratti provam que de design eles entendem.


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