São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006

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Bolonha cresce e aparece

Salão italiano traz 26 estréias e entra para a lista dos cinco mais importantes da Europa

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL À ITÁLIA

Berço de marcas como Alfa Romeo, Fiat, Ferrari e Lamborghini, a Itália nunca teve uma mostra automobilística de expressão. Mas o quadro está mudando: agora, incluído no calendário da Oica (organização internacional das montadoras), o Salão de Bolonha reserva, menos de três meses após o de Paris, 14 novos produtos, além de apresentar aos europeus outras 12 novidades. Ainda que não sejam tantas assim, há estréias importantes.
Aberto ao público até o próximo domingo, o Salão de Bolonha revela o Toyota Auris, substituto do Corolla na Europa, onde tinha a carroceria de um hatchback. Criado para um segmento cujas vendas, na Europa, devem diminuir 8% em 2006, o Auris foi concebido de dentro para fora, sendo alto (tem 1,52 m) e curto (4,22 m).
Suas rodas podem ser de até 17 polegadas. E, além de um bagageiro de 354 litros, há porta-trecos espalhados pela cabine que somam outros 32 litros. O Auris será produzido no Reino Unido e na Turquia -e seria uma boa opção como o terceiro produto da Toyota feito no Brasil. A marca promete os novos Corolla e Fielder para 2008.

Brasil faz escola
Uma criação brasileira tem atraído cada vez mais a matriz da Volkswagen. Depois do CrossPolo e do CrossGolf, é a vez de a minivan Touran -agora com a nova dianteira característica da marca- ganhar aparência fora-de-estrada.
O mesmo aconteceu com o Roomster, da Skoda, outra marca do grupo VW. Mas o Fox em exposição, fabricado no Brasil e vendido na Europa, não tem nada de "cross".
A grade do radiador da minivan agora é cromada, enquanto a parte inferior dos pára-choques e o contorno das caixas de roda são feitos de fibra de carbono. A CrossTouran também apresenta uma distância do solo 12 mm maior que a da versão sem a "maquiagem". O Roomster também traz a estética dos carros "off-road", o que faz o preço da versão 1.4 subir de 15.660 para 19.340.

Mais maquiagem
A Ford, que tem disfarçado seus novos produtos em protótipos, mostrou a futura aparência da C-Max, a minivan derivada do Focus. Sua chegada ao mercado europeu está prevista para maio do ano que vem.
Real mesmo é o "face-lift" pelo qual passou o Opel Astra. Se as mudanças externas foram bastante sutis, o mesmo não se pode dizer das alterações nos motores. A estratégia do braço europeu da General Motors é oferecer motores de cilindrada menor, com um consumo de combustível reduzido. A opção 1.6 turbo substitui a antiga 2.0: são 20 cv (cavalos) a menos -180 cv contra 200 cv-, mas o consumo está 13% menor, de acordo com a montadora.
Outra marca do grupo, a Chevrolet, prova que consumo e emissões de poluentes são mesmo questões que preocupam boa parte do universo. A gama Nubira -ou Lacetti, em alguns países- ganhou motor a diesel com 121 cv.
Segundo a marca, o hatchback faz 17,5 km/l e tem uma autonomia aproximada de 1.000 km. Num continente com países do tamanho de Sergipe, é possível ir de Paris a Berlim sem nenhuma escala no posto de combustível.


O jornalista viajou a convite da Promotor International S.p.A.

NA INTERNET
www.motorshow.it


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