Jipe mantém carroceria de fibra de vidro e motor a diesel de 163 cv

DO ENVIADO ESPECIAL A HORIZONTE (CE)

O primeiro Troller nasceu do antigo sonho de um fabricante de buggy que, há 14 anos, queria se aventurar nas areias fofas do Ceará com um jipe 4x4.
Da Venezuela veio o diferencial; do México, o câmbio. Motor e painel eram do Gol GTI. Aos poucos esse "frankenstein" ganhou cara de Jeep Wrangler.
"O T4 foi feito para o sertão nordestino, mas o vendiam para rodar na cidade", conta Rogério Farias, que deixou a Troller em 2006, pouco antes de ela ser comprada pela Ford.
De lá para cá, sua engenharia trocou cerca de 500 peças para tentar eliminar ruídos e vibrações que surgiam no asfalto. "O amante do "off-road" não se preocupa com um barulhinho aqui ou ali", opina Farias.
A Ford discorda. No T4 2009, que chegará às 23 revendas no fim de novembro com preço estimado entre R$ 85 mil e R$ 90 mil, as calhas dos vidros curvos foram trocadas, mas ainda deixam o vento invadir a cabine, onde estão os difusores de ar-condicionado, os comandos de vidro e o volante do EcoSport.
Outro problema de vedação apareceu no bocal do tanque de 3 dos 4 carros disponibilizados para a imprensa. A areia só ajudou a criar uma gosma preta na carroceria de fibra de vidro.
Para andar no asfalto, molas e amortecedores estão mais macios. "Nas retas, reduzem a oscilação da dianteira", diz Sávio Pereira, gerente de desenvolvimento de produto.
De qualquer forma, o que era bom continua lá: o motor 3.0 de 163 cavalos feito pela International. Suas emissões não passam no novo nível que pode ser exigido em 1º de janeiro, mas o torque de 38,8 kgfm faz o jipinho de 3,94 m deixar o Mitsubishi Pajero TR4 (R$ 68.990) e o Land Rover Defender 90 (R$ 139 mil) comendo poeira.