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Sem crise, Brasil "salva" Argentina e México
Mercado de carros importados cresce 20% e segura exportações de países ancorados em vendas externas
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se o mercado brasileiro de
carros importados está contente com a alta de 20% nas vendas
em 2009, as fábricas da Argentina e do México, ancoradas em
exportações para o Brasil, dão
pulos de alegria em plena crise.
A Adefa (fabricantes argentinos) afirma que as exportações
representaram 59% da produção na Argentina em 2009, cerca de 160 mil carros -destes,
90% foram enviados ao Brasil.
"A redução do IPI [Imposto
sobre Produtos Industrializados] deu certo no Brasil, e o
mercado interno está mais forte. Hoje as vendas ao Brasil sustentam a produção argentina",
avalia Maximiliano Scarlan, da
consultoria argentina Abeceb.
De acordo com a Amia (associação dos fabricantes mexicanos), cerca de 81% da produção
de automóveis no México é exportada. Dos 504 mil veículos
fabricados no primeiro semestre deste ano, 4% vieram para o
Brasil -EUA e Canadá tiveram
quedas drásticas com a crise.
Segundo a Anfavea (fabricantes de veículos brasileiros), de
janeiro a julho de 2009, foram
emplacados 252.649 veículos
importados no Brasil -15% do
total de licenciamentos. Um
crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2008.
Os importados argentinos e
mexicanos, que entram no Brasil com isenção de Imposto de
Importação, sustentaram a alta
de 2,4% no total de veículos
vendidos no país, que somou
1,73 milhão de unidades, contra
1,69 milhão nos primeiros sete
meses de 2008. Só as vendas de
nacionais caíram 0,1%.
Mão única
Já a exportação de veículos
brasileiros teve queda de 46%.
"México e Argentina, nossos
principais mercados, sentiram
a crise e compraram menos do
Brasil", diz Jackson Schneider,
presidente da Anfavea.
"O mercado interno argentino está ruim. Com falta de confiança do consumidor e dificuldade de crédito, caem as vendas
internas. No México, está ainda
pior", compara Scarlan.
O Brasil deixou de exportar
R$ 7,4 bilhões -200 mil unidades em 2009-, o que levou a
uma queda de 0,9% na produção, na comparação com 2008.
A Argentina comprou 89,3
mil carros do Brasil no primeiro semestre, contra 171,9 mil no
mesmo período do ano passado. Uma retração de 48%.
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