São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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Sem crise, Brasil "salva" Argentina e México

Mercado de carros importados cresce 20% e segura exportações de países ancorados em vendas externas

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se o mercado brasileiro de carros importados está contente com a alta de 20% nas vendas em 2009, as fábricas da Argentina e do México, ancoradas em exportações para o Brasil, dão pulos de alegria em plena crise.
A Adefa (fabricantes argentinos) afirma que as exportações representaram 59% da produção na Argentina em 2009, cerca de 160 mil carros -destes, 90% foram enviados ao Brasil.
"A redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] deu certo no Brasil, e o mercado interno está mais forte. Hoje as vendas ao Brasil sustentam a produção argentina", avalia Maximiliano Scarlan, da consultoria argentina Abeceb.
De acordo com a Amia (associação dos fabricantes mexicanos), cerca de 81% da produção de automóveis no México é exportada. Dos 504 mil veículos fabricados no primeiro semestre deste ano, 4% vieram para o Brasil -EUA e Canadá tiveram quedas drásticas com a crise.
Segundo a Anfavea (fabricantes de veículos brasileiros), de janeiro a julho de 2009, foram emplacados 252.649 veículos importados no Brasil -15% do total de licenciamentos. Um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2008.
Os importados argentinos e mexicanos, que entram no Brasil com isenção de Imposto de Importação, sustentaram a alta de 2,4% no total de veículos vendidos no país, que somou 1,73 milhão de unidades, contra 1,69 milhão nos primeiros sete meses de 2008. Só as vendas de nacionais caíram 0,1%.

Mão única
Já a exportação de veículos brasileiros teve queda de 46%.
"México e Argentina, nossos principais mercados, sentiram a crise e compraram menos do Brasil", diz Jackson Schneider, presidente da Anfavea.
"O mercado interno argentino está ruim. Com falta de confiança do consumidor e dificuldade de crédito, caem as vendas internas. No México, está ainda pior", compara Scarlan.
O Brasil deixou de exportar R$ 7,4 bilhões -200 mil unidades em 2009-, o que levou a uma queda de 0,9% na produção, na comparação com 2008.
A Argentina comprou 89,3 mil carros do Brasil no primeiro semestre, contra 171,9 mil no mesmo período do ano passado. Uma retração de 48%.


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