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SEDÃ
Itens de alta tecnologia e detalhes requintados de acabamento perdem o brilho diante do desempenho do carro
Motor vence luxo no Lexus LS400
GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
da Reportagem Local
Não há nada
que 40,6 kgfm
não deixem melhor. Esse é o
torque (força)
de um dos melhores carros à
venda no país, o
Lexus LS400, um gigante de luxo e
conforto que prima por um detalhe que não faz parte de sua proposta principal: o motor.
No teste realizado pela Folha e
pelo Instituto Mauá de Tecnologia,
o LS400 mostrou que, apesar de ter
quase duas toneladas de peso e cinco metros de comprimento, seu
desempenho é muito bom.
O coração desse carro, um legítimo V8 (oito cilindros em "V"),
pulsa escondido, carenado, de
uma maneira tão suave e silenciosa
que chega a decepcionar os amantes desse tipo de motor.
A 140 km/h, o carrão emite apenas 73 decibéis. Em marcha-lenta,
o ruído é tão baixo que o decibelímetro não conseguiu medi-lo. O
Instituto Mauá de Tecnologia adota 50 decibéis como o mínimo.
Carro ligado, o câmbio automático, fincado em um belíssimo painel de madeira, dá a impressão de
que esse portento tem um comportamento lerdo. Doce engano.
7,94 segundos
O carro sai suavemente da imobilidade, mas a suavidade é o seu
disfarce. Basta um pisão no acelerador para sentir a sua força.
O controle da velocidade é total.
Em 7,94 segundos o carro já atingiu os 100 km/h. Sua velocidade final não é divulgada pela montadora, mas chega fácil aos 220 km/h, e
o motor aparenta aguentar mais.
As retomadas de velocidade são
ágeis. Nenhuma chega a entrar nos
dois dígitos, descontando os centésimos. A mais lenta, de 40 km/h a
120 km/h, leva 8,9 segundos.
A proposta principal do carro
acaba em segundo plano para
quem ama a esportividade, mas
não por esquecimento dos projetistas. O carro traz quase tudo
aquilo que quem ama luxo deseja.
Seu desenho, bastante conservador e de linhas retas, chama menos
a atenção do que seu porte avantajado. Quem não conhece um Lexus
pergunta se ele é um Mercedes.
À noite, a pista é iluminada por
seus faróis de xenônio, mais fortes
que os com lâmpadas halógenas,
as mais comuns atualmente, e com
uma luz azulada característica.
O volante levanta para que o motorista saia do carro sem esbarrar
nele, e há ajustes individuais de
temperatura do condicionador de
ar para motorista e passageiro.
Os comandos são fáceis de acessar, com exceção da regulagem dos
espelhos retrovisores, que fica na
vertical, pouco abaixo do painel.
O terceiro passageiro não é bem-vindo. Ele é prejudicado pelo túnel
central do diferencial do carro, que
divide as pernas, e pelo apoio de
braço do banco traseiro.
Mas os dois passageiros para
quem o carro foi projetado saem
ganhando. Duas pessoas de 1,90 m,
uma atrás da outra, conseguem
viajar de pernas cruzadas.
Falhas
Mas há falhas no Lexus, como a
falta de um temporizador -que
permite usar comandos elétricos
por algum tempo depois de desligar o carro- e de fechamento automático dos vidros quando ele é
trancado. O Astra, quase dez vezes
mais barato, oferece esse item.
O LS400 é muito baixo e raspa em
qualquer obstáculo. A grande decepção é seu porta-malas, que
comporta 480 litros, 20 litros a menos que o do Siena.
Custando R$ 195.586, o LS400
não vale tudo isso. Com o dólar a
R$ 1,75, isso dá US$ 111.763, um
preço duas vezes e meia maior que
o praticado nos EUA (US$ 45.478).
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