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Revenda vende Camaro sem aval da GM
Esportivo só será importado oficialmente após o Salão de SP, em outubro, mas autorizada já pede R$ 240 mil
Mustang também estará na feira; importador oficial Forest Trade vende Shelby Super Snake por R$ 500 mil
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A FORT LAUDERDALE (EUA)
RICARDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SANTA MONICA (EUA)
A importação oficial do
Camaro começará só em
novembro, depois que o carro fizer mais uma aparição
no Salão de São Paulo.
Antes disso, porém, já é
possível comprar o modelo
em concessionárias GM que
estão vendendo o esportivo
sem o aval da montadora.
A Aba Motors, de São Paulo, por exemplo, vende o Camaro V8 por R$ 240 mil.
Procurada pela Folha, a
GM afirma que o Camaro foi
trazido por uma importadora
independente e está na revenda em ação de marketing.
A montadora não confirma a versão nem o preço,
mas diz que o Camaro oficial
estará abaixo dos R$ 300 mil
cobrados por lojas multimarcas que o trazem dos EUA.
A Folha avaliou o modelo
pelas rodovias que ligam as
praias da Califórnia. O novo
Camaro recupera o carisma
da primeira geração (1967 a
1969), símbolo de uma era de
"muscle cars", ao lado do
Ford Mustang.
Dianteira pontuda, faróis
redondos, lanternas quadradas e linha de cintura em forma de onda estão lá. No interior, o ar é retrô, com instrumentos redondos em mostradores quadrados.
O cupê tem acabamento
sofisticado, mesclando couro e cromados. O espaço interno não é o forte, nem poderia. O Camaro é para desfilar sozinho ou com, no máximo, uma companhia.
A posição de guiar é baixa,
e a resposta ao acelerador é
arisca como deve. O ronco
grave do motor ecoa pela saída dupla de escapamento.
O motor 3.6 V6 de 312 cv é
suficiente para deixar o condutor entusiasmado. Segundo a montadora, a versão
atinge os 100 km/h em 4,6s.
A suspensão "multilink"
nos dois eixos é firme e esportiva. A versão avaliada tinha câmbio automático de
seis velocidades, com trocas
rápidas e precisas.
Quem gosta de guiar achará levemente sem graça, mas
o câmbio manual, que deve
ser oferecido no Brasil, permitirá tirar mais do Camaro.
MUSTANG
O esportivo da Ford também estará no salão. A Ford,
porém, não confirma a importação para o Brasil.
Diz que ficaria caro, pois é
feito nos EUA e não teria
isenção de imposto, como o
mexicano Fusion.
Concessionários da Ford,
porém, dizem que a montadora estuda trazer novamente o Mustang para o Brasil -a
exemplo da versão 1995.
Ainda mais depois que a
GM anunciou que o Camaro
será vendido oficialmente.
A Folha avaliou com exclusividade o Mustang de entrada com o novo motor 3.7
V6. Ele é uma evolução do
Duratec 3.5, usado no "crossover" canadense Edge.
Agora o V6 rende 309 cv e,
nos 340 km entre Fort Lauderdale e Orlando, na Flórida, mostrou um bom consumo e uma força razoável para
um esportivo nato.
Atingiu média de 10,8
km/l naquelas retas americanas que fazem um "muscle
car" V6 parecer "popular".
Nos EUA, o Mustang 3.7 é
só mais um entre tantos carros com apelo estético e pouca interação com o motorista.
Para chamar a atenção, é
preciso ter um Mustang GT
500 ou (se possível) um
Shelby Super Snake.
No fim do ano passado, o
ex-preparador e piloto Carrol
Shelby autorizou a importadora Forest Trade, de São
Paulo, a trazer essas versões
da Ford Racing para o Brasil.
Hoje o GT 500 V8 é vendido por R$ 180 mil, e o Super
Snake, por R$ 500 mil.
A contar só pelo preço, o
Mustang GT de importação
oficial ganha do Camaro SS.
RICARDO RIBEIRO viajou a convite da GM,
que cedeu o Camaro para avaliação
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