São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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Revenda vende Camaro sem aval da GM

Esportivo só será importado oficialmente após o Salão de SP, em outubro, mas autorizada já pede R$ 240 mil

Mustang também estará na feira; importador oficial Forest Trade vende Shelby Super Snake por R$ 500 mil

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A FORT LAUDERDALE (EUA)
RICARDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SANTA MONICA (EUA)

A importação oficial do Camaro começará só em novembro, depois que o carro fizer mais uma aparição no Salão de São Paulo.
Antes disso, porém, já é possível comprar o modelo em concessionárias GM que estão vendendo o esportivo sem o aval da montadora.
A Aba Motors, de São Paulo, por exemplo, vende o Camaro V8 por R$ 240 mil. Procurada pela Folha, a GM afirma que o Camaro foi trazido por uma importadora independente e está na revenda em ação de marketing.
A montadora não confirma a versão nem o preço, mas diz que o Camaro oficial estará abaixo dos R$ 300 mil cobrados por lojas multimarcas que o trazem dos EUA.
A Folha avaliou o modelo pelas rodovias que ligam as praias da Califórnia. O novo Camaro recupera o carisma da primeira geração (1967 a 1969), símbolo de uma era de "muscle cars", ao lado do Ford Mustang.
Dianteira pontuda, faróis redondos, lanternas quadradas e linha de cintura em forma de onda estão lá. No interior, o ar é retrô, com instrumentos redondos em mostradores quadrados.
O cupê tem acabamento sofisticado, mesclando couro e cromados. O espaço interno não é o forte, nem poderia. O Camaro é para desfilar sozinho ou com, no máximo, uma companhia.
A posição de guiar é baixa, e a resposta ao acelerador é arisca como deve. O ronco grave do motor ecoa pela saída dupla de escapamento.
O motor 3.6 V6 de 312 cv é suficiente para deixar o condutor entusiasmado. Segundo a montadora, a versão atinge os 100 km/h em 4,6s.
A suspensão "multilink" nos dois eixos é firme e esportiva. A versão avaliada tinha câmbio automático de seis velocidades, com trocas rápidas e precisas.
Quem gosta de guiar achará levemente sem graça, mas o câmbio manual, que deve ser oferecido no Brasil, permitirá tirar mais do Camaro.

MUSTANG
O esportivo da Ford também estará no salão. A Ford, porém, não confirma a importação para o Brasil.
Diz que ficaria caro, pois é feito nos EUA e não teria isenção de imposto, como o mexicano Fusion.
Concessionários da Ford, porém, dizem que a montadora estuda trazer novamente o Mustang para o Brasil -a exemplo da versão 1995.
Ainda mais depois que a GM anunciou que o Camaro será vendido oficialmente.
A Folha avaliou com exclusividade o Mustang de entrada com o novo motor 3.7 V6. Ele é uma evolução do Duratec 3.5, usado no "crossover" canadense Edge.
Agora o V6 rende 309 cv e, nos 340 km entre Fort Lauderdale e Orlando, na Flórida, mostrou um bom consumo e uma força razoável para um esportivo nato.
Atingiu média de 10,8 km/l naquelas retas americanas que fazem um "muscle car" V6 parecer "popular".
Nos EUA, o Mustang 3.7 é só mais um entre tantos carros com apelo estético e pouca interação com o motorista. Para chamar a atenção, é preciso ter um Mustang GT 500 ou (se possível) um Shelby Super Snake.
No fim do ano passado, o ex-preparador e piloto Carrol Shelby autorizou a importadora Forest Trade, de São Paulo, a trazer essas versões da Ford Racing para o Brasil.
Hoje o GT 500 V8 é vendido por R$ 180 mil, e o Super Snake, por R$ 500 mil. A contar só pelo preço, o Mustang GT de importação oficial ganha do Camaro SS.

RICARDO RIBEIRO viajou a convite da GM, que cedeu o Camaro para avaliação


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