Líder mundial não segura rival da Honda, apela para versão mais barata e quer retomar liderança entre sedãs

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sob o capô, nenhuma novidade. A mecânica não mudou, o que, de longe, é bom.
O conhecido motor 1.8 16V (até 136 cv) mostra que não precisa de muitos ajustes. Continua eficiente e honesto.
Com boa elasticidade e pouco ruído, facilmente o motorista atinge altas velocidades com a sensação de não estar tão rápido. Difícil é explicar isso quando o radar está por perto.
Longe da polícia, o teste Folha-Mauá revela que o Corolla GLi precisa de 11,3s para ir de 0 a 100 km/h e mantém a agilidade nas retomadas.
A macia direção elétrica facilita as manobras, mas sofre de efeito exorcista -em alguns momentos, parece possuída.
O volante, às vezes, puxa inesperadamente no meio da curva, sem assustar os novatos.
O câmbio manual tem engates leves e precisos, o que deixa o giro e o consumo baixos. O sedã faz até 14 km/l na estrada.
A nova versão GLi do Corolla chega para atender quem achava o modelo de entrada, o XLi, muito simples e o XEi, o mais vendido, muito caro.
Para ficar no meio-termo (R$ 3.650 mais barato), o GLi não tem faróis de neblina nem acendimento automático. Tampouco vem com retrovisor eletrorretrátil, airbag lateral ou controlador de velocidade.
Não pense, porém, que se trata de um pé de boi. Do XEi, mantiveram ar-condicionado digital, freios ABS, airbag frontal, vidros elétricos, travamento automático das portas, rodas de alumínio de aro 16 e controles do toca-CDs no volante.

Cabeça a cabeça
Com a versão GLi, que tem bancos de veludo, a XEi passa a ser vendida apenas com bancos de couro, antes opcionais.
O reposicionamento tem alvo certo. O Corolla GLi com câmbio manual custa a partir de R$ 65.050 -na tabela, só R$ 5 mais caro que o Honda Civic LXS, com os mesmos itens.
Se procurar, você encontra Civic e Corolla por R$ 60 mil cada um -o câmbio automático custa mais R$ 4.000.
O GLi será mais uma manobra para a Toyota tentar deter a Honda e retomar a ponta entre os sedãs. Em 2009, está difícil: o Civic emplacou 42.183 unidades, ante 40.479 Corolla.