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Mini Cooper, 50, é dez na arte de atrair olhares
Por R$ 92,5 mil, carrinho inglês com motor 1.6 massageia o ego do motorista, mas quase provoca o atropelamento de um "babão"
FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Esqueça a fita métrica ou o
dinamômetro (aparelho que
mede a potência do motor).
Tentar enquadrar o Mini Cooper em um segmento tradicional da indústria é perda de tempo. É mais fácil classificar a personalidade de seu motorista.
"O Mini é um carro para
quem tem atitude", opina Jörg
Henning Dornbusch, presidente da BMW, dona da marca e
importadora do carro inglês.
Realmente, basta uma volta
por um local mais badalado para descobrir que, dentro dele,
qualquer um chama a atenção.
Por isso é aconselhável decorar o manual, pois vão fazer um
monte de perguntas sobre o
modelo. Há quem emende uma
cantada, para solteiros ou não.
Mas não há milagres. A versão de entrada do Mini Cooper,
equipada com motor 1.6 (122
cv) e câmbio manual de seis
marchas, parte de R$ 92,5 mil.
Ainda dá para investir cerca
de R$ 35 mil em acessórios, como conjunto de rodas de aro 18,
faixas para o capô e teto personalizado -a bandeira quadriculada é a preferida.
Brinquedo
"Muitos donos enxergam o
Mini como um brinquedo",
afirma Roberta Borges, do departamento de acessórios, setor tão movimentado quanto o
showroom da concessionária.
Mesmo com controle de estabilidade e airbag para a cabeça dos quatro ocupantes -só há
lugar pra quatro-, o Mini pode
ser visto como um carro, digamos, inseguro para o trânsito.
Não pelo projeto -a dirigibilidade, aliás, é exemplar.
O problema é que algumas
pessoas na rua ficam tão hipnotizadas por ele que até esquecem do que estão fazendo.
Na avenida Antártica, em
Perdizes (zona oeste), um pedestre "babão" ignorou a mudança do sinal e quase acabou
atropelado por um ônibus. Foi
salvo por um puxão de camisa.
Talvez o sujeito tivesse se impressionado com a excentricidade das formas do modelo,
baixinho e gordinho, tipo bebê
Johnson's. Mas uma senhora,
dona de um Fiesta "sapinho",
achou esquisito o inglês de apenas 3,69 metros -medida semelhante a do Mille.
E ali mesmo, no estacionamento do supermercado, a ranzinza mandou outra. Só que,
desta vez, criticando o bagageiro de 160 litros: "Credo, não cabe quase nada!".
Nem tudo é perfeito. A versão esportiva S, equipada com
motor turbo de 177 cv, é quase.
Por 30% a mais (R$ 119,5 mil),
ela oferece melhor relação custo-benefício em comparação
com o Mini Cooper aspirado.
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