São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Mini Cooper, 50, é dez na arte de atrair olhares

Por R$ 92,5 mil, carrinho inglês com motor 1.6 massageia o ego do motorista, mas quase provoca o atropelamento de um "babão"

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Esqueça a fita métrica ou o dinamômetro (aparelho que mede a potência do motor). Tentar enquadrar o Mini Cooper em um segmento tradicional da indústria é perda de tempo. É mais fácil classificar a personalidade de seu motorista.
"O Mini é um carro para quem tem atitude", opina Jörg Henning Dornbusch, presidente da BMW, dona da marca e importadora do carro inglês.
Realmente, basta uma volta por um local mais badalado para descobrir que, dentro dele, qualquer um chama a atenção.
Por isso é aconselhável decorar o manual, pois vão fazer um monte de perguntas sobre o modelo. Há quem emende uma cantada, para solteiros ou não.
Mas não há milagres. A versão de entrada do Mini Cooper, equipada com motor 1.6 (122 cv) e câmbio manual de seis marchas, parte de R$ 92,5 mil.
Ainda dá para investir cerca de R$ 35 mil em acessórios, como conjunto de rodas de aro 18, faixas para o capô e teto personalizado -a bandeira quadriculada é a preferida.

Brinquedo
"Muitos donos enxergam o Mini como um brinquedo", afirma Roberta Borges, do departamento de acessórios, setor tão movimentado quanto o showroom da concessionária.
Mesmo com controle de estabilidade e airbag para a cabeça dos quatro ocupantes -só há lugar pra quatro-, o Mini pode ser visto como um carro, digamos, inseguro para o trânsito. Não pelo projeto -a dirigibilidade, aliás, é exemplar.
O problema é que algumas pessoas na rua ficam tão hipnotizadas por ele que até esquecem do que estão fazendo.
Na avenida Antártica, em Perdizes (zona oeste), um pedestre "babão" ignorou a mudança do sinal e quase acabou atropelado por um ônibus. Foi salvo por um puxão de camisa.
Talvez o sujeito tivesse se impressionado com a excentricidade das formas do modelo, baixinho e gordinho, tipo bebê Johnson's. Mas uma senhora, dona de um Fiesta "sapinho", achou esquisito o inglês de apenas 3,69 metros -medida semelhante a do Mille.
E ali mesmo, no estacionamento do supermercado, a ranzinza mandou outra. Só que, desta vez, criticando o bagageiro de 160 litros: "Credo, não cabe quase nada!".
Nem tudo é perfeito. A versão esportiva S, equipada com motor turbo de 177 cv, é quase. Por 30% a mais (R$ 119,5 mil), ela oferece melhor relação custo-benefício em comparação com o Mini Cooper aspirado.


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