São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2000


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CONVERSÍVEL
Brasileiro, modelo da Chamonix pesa apenas 640 kg, vai de 0 a 100 km/h em 6,5 s e chega a 220 km/ h
Spyder 550 S é esportivo sob medida

GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
da Reportagem Local

Quem acha ABS, airbag, direção hidráulica, vidros elétricos, ar-condicionado e até mesmo rádio itens dispensáveis em troca de alto desempenho tem uma boa opção no Brasil, brasileiríssima e por menos de R$ 30 mil: o Chamonix Spyder 550 S.
Réplica do Porsche 550 Spyder, conhecido como o carro em que o ator James Dean morreu, em 1955, o Chamonix é feito na cidade de Jarinu (SP), 70 km ao norte da capital paulista. A fábrica, que sobreviveu à abertura das importações, se manteve viva, ironicamente, exportando sua produção.
Os maiores mercados da empresa são os EUA, a Alemanha e o Japão, onde o Spyder 550 S e os dois outros modelos da Chamonix, o 550 e o Speedster, baseado no 356, são apreciados pela fidelidade aos projetos que os inspiraram e pelo ótimo desempenho.
O Chamonix tem como uma de suas características mais importantes o excelente acabamento. A carroceria do Spyder não apresenta ondulações, e o encaixe das portas é perfeito.

Simples
Outra característica física importante do Chamonix é sua simplicidade. O carro dispõe apenas de velocímetro, conta-giros (no centro do painel) e indicador de combustível, o que demonstra que ele se presta apenas a quem gosta do ato de dirigir.
Para essas pessoas, a melhor surpresa que o carro reserva é o desempenho sem similar entre veículos de mesmo preço.
O que o acompanha mais de perto entre os testados neste ano pela Folha é o BMW M5, um sedã que proporciona muito luxo, conforto e desempenho para quem puder dispor de R$ 290 mil. Com um motor V8 (oito cilindros em "V") com 400 cv (cavalos) de potência e 51 kgfm de torque, ele vai de 0 a 100 km/h em 5,83 s.
O Spyder 550 S chega à mesma velocidade partindo da imobilidade em 6,5 s, equipado com o velho e eficiente VW AP-2000, com potência aumentada para 125 cv, segundo o fabricante.
O Chamonix não foi colocado em testes no Instituto Mauá de Tecnologia por ser de propriedade do cirurgião Teng Hsiang Wei, 31, que o cedeu para a avaliação.
Teng, um apaixonado pela Porsche (possui um modelo 914), teve de entrar em acordo com a mulher para adquirir seu Chamonix, que não permite o uso familiar. Não bastasse ter apenas dois lugares, o carro tem um porta-malas de apenas 60 litros, um terço da capacidade do compartimento do Ford Ka.

Desde o nascimento
O cirurgião só o utiliza em fins-de-semana, quando o tempo permite. "Acompanhei a produção do meu carro inteiro, que levou dois meses. Eu o vi nascer", diz.
Mesmo sem verificar o desempenho do carro com a aparelhagem necessária, basta pisar no acelerador para sentir o que ele pode fazer. Quando atinge rotação acima de 1.500 rpm, o motor do Spyder 550 S o empurra rápido para a frente, parecendo ser equipado com turbo -não é o caso.
A direção é leve e precisa, mas o câmbio peca na precisão devido à adaptação necessária para posicionar o motor entre os eixos, o que obriga o motorista a trocar as marchas "no tempo" para não maltratar o equipamento.
No que se refere à segurança, o 550 S conta com santantônios atrás de cada banco, para proteger em caso de capotamento, e cintos de três pontos, nada mais. Todos os defeitos se devem ao carro que o inspirou. E o modelo cumpre fielmente sua proposta.



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