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Hidrogênio viável
"Vice" da gasolina já está nos carros; abastecimento é maior obstáculo
DON SHERMAN
DO "NEW YORK TIMES"
Quando a maior aeronave já
construída -o orgulho da Alemanha nazista- foi consumida
por chamas, matou 36 pessoas
e destruiu a reputação do hidrogênio durante décadas.
Em menos de um minuto, o
desastre com o Hindenburg
tornou o hidrogênio um vilão.
Mas, 70 anos depois, um número crescente de defensores o
promove como uma alternativa
promissora ao petróleo.
Em dezenas de laboratórios e
centros de pesquisa, cientistas
e engenheiros estão ocupados
descobrindo caminhos para reduzir gastos e melhorar a praticidade dos carros a hidrogênio.
O desenvolvimento chegou
ao ponto em que alguns protótipos estão sendo usados diariamente, na forma de entregadores e de ônibus.
O aniversário do acidente
com o Hindenburg não é o único motivo para o hidrogênio estar em voga. O presidente
George W. Bush já anunciou
um incentivo de US$ 1,2 bilhão
(R$ 2,4 bilhões) para encorajar
o uso de hidrogênio para limpar
o ar e diminuir a dependência
de petróleo importado.
O Departamento de Energia
dos EUA "casou" montadoras
com empresas energéticas: General Motors com Shell, Ford e
DaimlerChrysler com BP. O
objetivo é estimular a pesquisa
e definir padrões para meios de
segurança, por exemplo.
Com o hidrogênio ganhando
simpatia, os hidrocarbonos parecem assumir o papel de vilão.
Teóricos do petróleo, como
Matthew Simmons, do banco
de investimentos Simmons &
Co., sustentam que a crescente
demanda vai superar a capacidade de produção.
Abastecimento
Mas qualquer discussão sobre carros a hidrogênio leva a
uma única questão: onde o motorista vai encher o tanque?
Enquanto as montadoras já
demostraram que podem fazer
carros que não emitam poluentes pelo escapamento, a viabilidade comercial do hidrogênio
continua sendo um obstáculo.
Há outras questões, claro -o
custo das células de combustível e os métodos de armazenar
o hidrogênio-, mas aspectos
como a dirigibilidade e a segurança já não impedem a introdução dos carros no mercado.
Por enquanto, os postos de
hidrogênio são usados para
pesquisa. Não são vistos com
freqüência, e a produção de hidrogênio ainda precisa matar a
sede de energia portátil.
A distribuição é outra questão. Há gasodutos na Califórnia, no Texas e na Europa, mas
o total é inferior a 1.600 km. É
possível usar os canos que já
existem para o gás natural, mas
corre-se o risco de os átomos de
hidrogênio se infiltrarem na
superfície de aço, resultando
em rachaduras e vazamentos.
"Os pontos de reabastecimento necessários para o primeiro milhão de veículos custariam US$ 15 bilhões [R$ 29,3
bilhões]", calcula Larry Burns,
vice-presidente da General
Motors de pesquisa e desenvolvimento. "É dinheiro suficiente
para construir 11,7 mil postos."
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