São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Com airbag, nota em teste triplica

Em análise de colisão, carros com item ganharam três estrelas; sem a bolsa, só uma estrela

Apenas 30% dos carros vendidos no Brasil vêm com o equipamento, que passa a ser obrigatório no país a partir de 2014

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O airbag melhorou bastante a nota dos carros que foram avaliados para o ranking de testes de colisão do primeiro Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos na América Latina).
No teste, cada veículo foi submetido a uma colisão frontal a 64 km/h contra um obstáculo. De acordo com as reações medidas nos bonecos a bordo do veículo, que representam pessoas, atribuiu-se uma nota que varia de zero (menos seguro) a cinco estrelas (mais seguro).
Todos os modelos sem airbag receberam uma estrela. Em dois deles -Gol Trend 1.6 e o Fiat Palio ELX 1.4-, a versão equipada com esse item de segurança recebeu três estrelas (veja quadro).
O Toyota Corolla recebeu a maior nota: quatro estrelas, na avaliação para ocupantes adultos. O chinês Geely CK 1, que ainda não é vendido no Brasil, tirou zero.
"O peito do ocupante pode tocar o volante ou o painel. O airbag minimiza riscos de lesão", diz José Antonio Oka, supervisor de Pesquisa do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária).
Ele alerta que o airbag não dispensa o uso do cinto de segurança. "A eficiência do airbag está diretamente relacionada ao uso correto do cinto. Além de segurar o corpo dos ocupantes para dar tempo para a bolsa do airbag inflar totalmente, ele garante a trajetória correta em direção à bolsa", completa Oka.
O airbag equipa apenas 30% dos carros vendidos no Brasil, segundo fabricantes. Em 2014, airbag e freios ABS serão obrigatórios, por resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Para Fabrício Biondo, gerente de marketing da Volkswagen, o consumidor brasileiro ainda não está habituado a gastar com segurança.
"Muitos clientes preferem colocar um toca-CD a pagar mais R$ 2.000 pelo airbag ou pelos freios ABS", explica.

EUROPEU É MELHOR
Os carros avaliados pelo Latin NCAP tiveram pontuação inferior à de suas versões no Euro NCAP (programa europeu). "A avaliação foi melhor porque os europeus têm mais itens de segurança", afirma Jean-Marie Mortier, coordenador do Latin NCAP.
Para Mortier, o objetivo é informar o consumidor, "que poderá escolher um carro seguro e pressionar os fabricantes a melhorá-lo".
Em nota, a Anfavea (associação dos fabricantes) informou que as montadoras cumprem os requisitos legais na fabricação dos veículos.


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