São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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Fibra de carbono, enfim, chegará a um carro urbano

Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, BMW relançará Isetta, agora com material mais leve e resistente que o aço automotivo

DO ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE (ALEMANHA)

Reza a lenda que a fibra de carbono foi utilizada pela primeira vez na indústria aeronáutica após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em 1975, chegou à Fórmula 1, mas só seis anos mais tarde a McLaren, sob o comando de Ron Dennis, mostrou o primeiro chassi feito com fibra de carbono.
O sucesso nas pistas seguiu para a carroceria do McLaren F-1, em 1991, e ficou restrito a superesportivos.
Agora, a BMW, que cedia o motor V12 do F-1, quer mudar a história. Vai usar as fibras, mais leves e resistentes que o aço, em um carro urbano.
O MCV (Mega City Vehicle) será apresentado nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) já com o nome Isetta, revela um engenheiro da BMW que prefere não ser identificado. No Brasil, o Isetta, das indústrias Romi, foi o primeiro carro nacional, feito em 1956.
Urbano, o novo Isetta, já como submarca da BMW, será mais leve e resistente que o smart forfour, da Mercedes.
"A fibra é cinco vezes mais resistente que o aço, mas tem um quinto do peso", compara Andreas Reinhardt, gerente de tecnologia da BMW.
Na prática, a carroceria representa 20% do peso do carro. Com a fibra, reduziria, em um carro de 1.000 kg, 160 kg.
Pouparia energia ao rodar.
Segundo Reinhardt, o composto tem outras vantagens: não sofre corrosão, tem maior poder de absorção de impactos e substituição em bloco em caso de batida.
Podem-se cortar as fibras danificadas e enxertar novas malhas em diferentes pontos da carroceria e do chassi.

ALTO CUSTO
Só que isso esbarra em um velho problema: o preço.
A fabricação do CFRP (Carbon Fiber Reinforced Plastic, ou plástico reforçado de fibra de carbono) é cara.
Começa em uma pré-forma com resina, passa pelos moldes das peças e segue até o endurecimento das fibras na mesma direção. Termina com a aplicação de laca.
Mesmo assim, para a BMW e o parceiro SGL, dos EUA, é viável fabricar em Leipzig (Alemanha) o carro urbano com mesclas de fibra de carbono e alumínio estrutural.
"Trabalhamos há dez anos com a fibra e, desde 2003, a usamos em grande volume", afirma Ulrich Kanz, diretor de mobilidade sustentável.
Alguns tetos e pouquíssimos "spoilers" de M3 e M6 não são "grande volume"...


FABIANO SEVERO viajou a convite da BMW


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