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Fibra de carbono, enfim, chegará a um carro urbano
Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, BMW relançará Isetta, agora com material mais leve e resistente que o aço automotivo
DO ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
(ALEMANHA)
Reza a lenda que a fibra de
carbono foi utilizada pela primeira vez na indústria aeronáutica após a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945).
Em 1975, chegou à Fórmula 1, mas só seis anos mais
tarde a McLaren, sob o comando de Ron Dennis, mostrou o primeiro chassi feito
com fibra de carbono.
O sucesso nas pistas seguiu para a carroceria do
McLaren F-1, em 1991, e ficou
restrito a superesportivos.
Agora, a BMW, que cedia o
motor V12 do F-1, quer mudar
a história. Vai usar as fibras,
mais leves e resistentes que o
aço, em um carro urbano.
O MCV (Mega City Vehicle)
será apresentado nos Jogos
Olímpicos de Londres (2012)
já com o nome Isetta, revela
um engenheiro da BMW que
prefere não ser identificado.
No Brasil, o Isetta, das indústrias Romi, foi o primeiro carro nacional, feito em 1956.
Urbano, o novo Isetta, já
como submarca da BMW, será mais leve e resistente que o
smart forfour, da Mercedes.
"A fibra é cinco vezes mais
resistente que o aço, mas tem
um quinto do peso", compara Andreas Reinhardt, gerente de tecnologia da BMW.
Na prática, a carroceria representa 20% do peso do carro. Com a fibra, reduziria, em
um carro de 1.000 kg, 160 kg.
Pouparia energia ao rodar.
Segundo Reinhardt, o
composto tem outras vantagens: não sofre corrosão, tem
maior poder de absorção de
impactos e substituição em
bloco em caso de batida.
Podem-se cortar as fibras
danificadas e enxertar novas
malhas em diferentes pontos
da carroceria e do chassi.
ALTO CUSTO
Só que isso esbarra em um
velho problema: o preço.
A fabricação do CFRP (Carbon Fiber Reinforced Plastic,
ou plástico reforçado de fibra
de carbono) é cara.
Começa em uma pré-forma com resina, passa pelos
moldes das peças e segue até
o endurecimento das fibras
na mesma direção. Termina
com a aplicação de laca.
Mesmo assim, para a BMW
e o parceiro SGL, dos EUA, é
viável fabricar em Leipzig
(Alemanha) o carro urbano
com mesclas de fibra de carbono e alumínio estrutural.
"Trabalhamos há dez anos
com a fibra e, desde 2003, a
usamos em grande volume",
afirma Ulrich Kanz, diretor
de mobilidade sustentável.
Alguns tetos e pouquíssimos "spoilers" de M3 e M6
não são "grande volume"...
FABIANO SEVERO viajou a convite da BMW
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