São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Se dinheiro não fosse problema, 56% não optariam por carro equipado com motor de 1.000 cm3

Pesquisa Datafolha revela rejeição

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O leitor de Veículos compra "populares" por um único motivo: preço. Pesquisa Datafolha revela que, independentemente do valor disponível, 56% optariam por um carro sem motor 1.0 (preferência de 20%) e que não sejam conversível, picape, perua ou utilitário esportivo (24%).
Outra prova de que preço é determinante é a análise dos resultados por faixa salarial: são os favoritos de 47% que recebem até dez salários mínimos, mas agradam a apenas 12% dos que ganham mais de 20 salários mínimos.
"O consumidor brasileiro é sensível à renda. Cada vez que o preço diminuir, mais gente entrará no mercado", afirma Ricardo Durazzo, consultor da área automobilística da A.T. Kearney.
Para Claudemir Galvani, professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), uma melhor distribuição de renda aumentaria a venda de "populares". "Quem compra 1.0 hoje pode passar para 1.3 ou 1.6, mas a base da pirâmide social estará maior e continuará nos 1.0."
Hoje é possível comprar um "popular" a partir de R$ 12.950, caso do Fiat Mille Fire vendido pela internet. Mas uma Volkswagen Parati Turbo 1.0 16V completa chega a custar R$ 34.599.
Quando o assunto é potência, o consumidor quer fugir dos "populares" -apenas 4% prefere um "motor não tão potente". A maioria (67%) compraria um carro que tivesse "potência razoável".
O consultor Durazzo lembra que a motorização, em qualquer lugar do mundo, é um dos três itens preferidos do consumidor. "Qualquer motorista gosta de saber que seu carro tem potência, mesmo que ela seja controlada pelo acelerador", afirma.
Os homens são os que mais rejeitam os 1.0: 84% não teriam um, e 4% preferem a baixa potência. Conforme a idade vai aumentando, cai a resistência ao carro "mil". Só 7% dos entrevistados entre 18 e 30 anos teriam um "popular". A aceitação é de 24% para quem tem a partir de 41 anos.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


O Datafolha realizou 304 entrevistas entre 18 de fevereiro e 31 de março, com margem de erro máxima de cinco pontos percentuais por levantamento, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O conjunto dos assinantes da Folha residentes em São Paulo e que lêem o caderno Veículos pelo menos duas vezes por mês foi tomado como universo da pesquisa.


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