Deputados focaram em projetos para a crise e adiaram votações de trânsito

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A decisão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara proibindo a circulação de motos entre carros causou tanta polêmica que o projeto de lei 2.650/03 voltará à Casa para ser votado antes de seguir para o Senado.
De acordo com a assessoria do deputado Marcelo Guimarães Filho (PMDB-BA), autor da proposta, a votação foi adiada para o segundo semestre porque a Câmara priorizou os assuntos econômicos na crise.
Caso seja aprovado, o projeto ainda precisará ser sancionado pelo presidente Lula, que criou um comitê para analisar as mudanças nas leis de trânsito.
"É preciso medir as consequências, tanto na saúde pública como na fluidez do tráfego", diz à Folha o ministro das Cidades, Márcio Fortes, coordenador do comitê de trânsito.
Para Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo, obrigar motos a ficarem atrás de carros só agravaria o risco de acidente.
Mas a iminência da regulamentação dos mototáxis acirra a discussão da proposta -vetada em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique.
Paulo Marques, professor da UnB (Universidade de Brasília), diz que é melhor autorizar a passagem das motos entre os carros apenas quando o trânsito estiver parado, ainda assim, em uma velocidade baixa.
Outra sugestão são as faixas exclusivas para motos, que a prefeitura irá implementar entre a praça João Mendes (centro) e a avenida Sena Madureira (zona sul). Com oito quilômetros de extensão, a faixa passará pela avenida da Liberdade e pela rua Vergueiro.
Segundo o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, o projeto, previsto para novembro, foi apresentado pela prefeitura, que, procurada, não quis comentá-lo. (RR e FN)


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