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"Tuk-tuk" tailandês é pior que psicotécnico da Nasa
Felipe Nóbrega/Folha Imagem
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Nos Jardins, o "racha" entre os triciclos não passou de 30km/h
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de andar na jabiraca
chinesa, bateu a vontade de conhecer os outros carros adaptados para táxi da Ásia. O "tuk-tuk" indiano, onipresente na
novela "Caminho das Índias",
da TV Globo, era a opção lógica.
Mas, para nossa surpresa,
descobrimos que, ali do lado, na
Tailândia, eles fabricam uma
espécie de "tuk-tuk" de luxo. É
a Mercedes dos "tuk-tuks".
Melhor: aqui do lado, em pleno bairro dos Jardins (zona
oeste), uma loja importa esses
modelos para servir de leva-e-traz dos clientes em eventos.
Pintava a esperança de andar
em outro triciclo adaptado.
Duas ligações e pronto: estava
marcado o passeio.
Ao chegar à loja Bali Express,
especializada em artigos asiáticos, lá estavam eles, na porta,
ansiosos para levar alguém que
estava um tanto curioso para
entrar no meio daquela cruza
de pastor alemão com poodle.
Quer dizer, carro com moto...
Pois é exatamente isso o que
o "tuk-tuk" tailandês é. Uma
experiência divina. Ou de vida,
vai saber... Leva três pessoas no
banco de trás e um bocado de
bagagem. Tudo sobre uma mecânica de moto, com motor bicilíndrico de 650 cm3 e sei lá
quantos cavalos. Nessa hora, isso é o que menos importa.
Vital mesmo é descobrir para
que servem aqueles pedais, como os de trator. "O da esquerda
é a embreagem, e o da direita, o
freio", explica Norberto
Skrzeczanowski. Acertei?
Espera aí: não é moto? Mais
ou menos. Tem guidão, mas a
alavanca de câmbio é no meio
das pernas. Não deixe as crianças brincarem com ela!
E como liga? Com uma chave
de Fusca velho e do lado esquerdo do painel, tipo Porsche.
Depois disso, nada mais surpreende. Até começar a andar.
É assim: você pisa na embreagem com o pé esquerdo,
engata a primeira marcha na
alavanca com a mão esquerda e
acelera com a mão direita.
Flórida
Se quiser manobrar, faça tudo isso e vire o guidão. Decorou? Nem poderia. É mais difícil que psicotécnico da Nasa.
É verdade. Acredite neste repórter que, numa fase da vida,
queria ser astronauta e fez um
teste de aptidão motora na estação espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA).
Mas não há nada tão ruim
que não possa piorar. Mais difícil que arrancar é coordenar toda essa orquestra na hora de
passar a segunda marcha.
"Baguan Kelie"! Nem na Índia. Você tenta uma, duas, três
vezes até descobrir quem projetou aquele maldito trambulador. E joga a terceira, com mais
desenvoltura, já beirando os
30 km/h. Talvez seja a maior
velocidade admitida em curvas.
Mas esse "detalhe" nem ousamos avaliar.
(FABIANO SEVERO)
A Bali Express cedeu o "tuk-tuk" para avaliação
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