São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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"Tuk-tuk" tailandês é pior que psicotécnico da Nasa

Felipe Nóbrega/Folha Imagem
Nos Jardins, o "racha" entre os triciclos não passou de 30km/h

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de andar na jabiraca chinesa, bateu a vontade de conhecer os outros carros adaptados para táxi da Ásia. O "tuk-tuk" indiano, onipresente na novela "Caminho das Índias", da TV Globo, era a opção lógica.
Mas, para nossa surpresa, descobrimos que, ali do lado, na Tailândia, eles fabricam uma espécie de "tuk-tuk" de luxo. É a Mercedes dos "tuk-tuks".
Melhor: aqui do lado, em pleno bairro dos Jardins (zona oeste), uma loja importa esses modelos para servir de leva-e-traz dos clientes em eventos.
Pintava a esperança de andar em outro triciclo adaptado. Duas ligações e pronto: estava marcado o passeio.
Ao chegar à loja Bali Express, especializada em artigos asiáticos, lá estavam eles, na porta, ansiosos para levar alguém que estava um tanto curioso para entrar no meio daquela cruza de pastor alemão com poodle. Quer dizer, carro com moto...
Pois é exatamente isso o que o "tuk-tuk" tailandês é. Uma experiência divina. Ou de vida, vai saber... Leva três pessoas no banco de trás e um bocado de bagagem. Tudo sobre uma mecânica de moto, com motor bicilíndrico de 650 cm3 e sei lá quantos cavalos. Nessa hora, isso é o que menos importa.
Vital mesmo é descobrir para que servem aqueles pedais, como os de trator. "O da esquerda é a embreagem, e o da direita, o freio", explica Norberto Skrzeczanowski. Acertei?
Espera aí: não é moto? Mais ou menos. Tem guidão, mas a alavanca de câmbio é no meio das pernas. Não deixe as crianças brincarem com ela!
E como liga? Com uma chave de Fusca velho e do lado esquerdo do painel, tipo Porsche. Depois disso, nada mais surpreende. Até começar a andar.
É assim: você pisa na embreagem com o pé esquerdo, engata a primeira marcha na alavanca com a mão esquerda e acelera com a mão direita.

Flórida
Se quiser manobrar, faça tudo isso e vire o guidão. Decorou? Nem poderia. É mais difícil que psicotécnico da Nasa.
É verdade. Acredite neste repórter que, numa fase da vida, queria ser astronauta e fez um teste de aptidão motora na estação espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA).
Mas não há nada tão ruim que não possa piorar. Mais difícil que arrancar é coordenar toda essa orquestra na hora de passar a segunda marcha.
"Baguan Kelie"! Nem na Índia. Você tenta uma, duas, três vezes até descobrir quem projetou aquele maldito trambulador. E joga a terceira, com mais desenvoltura, já beirando os 30 km/h. Talvez seja a maior velocidade admitida em curvas. Mas esse "detalhe" nem ousamos avaliar. (FABIANO SEVERO)


A Bali Express cedeu o "tuk-tuk" para avaliação


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