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A Índia não viveria sequer um dia sem os riquixás
DO ENVIADO ESPECIAL A MUMBAI (ÍNDIA)
Sabe aquele formigueiro
de gente na rua 25 de Março
às vésperas do Natal? Imagine o congestionamento se
todos ali resolvessem atravessar a via em algum veículo
motorizado. Agora, para piorar a situação, coloque umas
vacas pastando no asfalto.
Pois é, bem-vindo à populosa Mumbai, a São Paulo indiana -só que sem metrô e
com um terço do território.
"Are baba"! Não é à toa que
um micro-ônibus leva três
horas e meia para cruzar a cidade. Podia levar mais tempo, caso os carros não rodassem com os retrovisores externos recolhidos -é para se
espremer e multiplicar o número de faixas (imaginárias).
Não sobra espaço nem para os corredores de motos. Só
para as buzinadas.
Nesse caos infernal, os riquixás (cruzamentos de carro com uma moto) parecem
ser o meio de transporte
ideal para os indianos.
No centro de Mumbai, eles
são maioria e servem como
opção econômica aos táxis
-velhos Ambassador, uma
espécie de rascunho de Simca Chambord. Os riquixás,
porém, foram desenvolvidos
para carregar apenas duas
pessoas no banco traseiro.
Só não avisaram isso a seus
motoristas, que carregam até
cinco pessoas sem pestanejar. Em eventos, por exemplo, fazem-nos de lotação.
É possível também ver os
franzinos triciclos fazendo
frete, enquanto o estrado de
uma cama obriga um condutor a deslocar parte do corpo
para fora do veículo. Mas, caso cruze com um deles todo
decorado, pode apostar: é um
riquixá-limusine a caminho
de um casamento.
(FELIPE NÓBREGA)
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