São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kawasaki Z750 decepciona e vê Hornet liderar

Z750 tem design arrebatador e só; motor maior anda como o da Honda

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando retornou ao Brasil, no fim do ano passado, a Kawasaki fez questão de mostrar as esportivas ZX-6R e ZX-10R e a "naked" Z750. Com toda razão.
Afinal, esta última é a moto média sem carenagem mais vendida da Europa, um dos mercados mais concorridos.
Deixou a Honda CB 600 F Hornet, a líder até a chegada da Suzuki GSR 600 -não está à venda no Brasil-, em terceiro.
Pobre Hornet, nem merecia. O motivo? O design arrebatador da Kawasaki. Lá chamam de "street fighter", ou, numa tradução livre, lutadora das ruas, se estas forem lisas como um tapete persa de primeira.
Nos buracos, a Z750 é dura demais. Piora quando você pensa que o pequeno assento não tem sequer um dedo de espuma. É mais desconfortável que o da CBR 1000 RR.
Mas faz parte do pacote. Afinal, não seria tão bonita e arrojada se tivesse aquele banco de vovô "playboy" da Hornet.
Outro detalhe: para ter o tanque em forma angulada, a Z750 perde no encaixe da perna, principalmente em frenagens -o freio certamente é o que a Kawasaki tem de melhor.
Já a Hornet, que pode ter freios ABS, vem com um item de série: você. É uma das raras motos que, após três quarteirões, parecem sua há anos.
Tem uma incrível facilidade de aceitar pessoas de diferentes estaturas com a mesma hospitalidade, sempre proporcionando uma posição de guiar natural e ereta, mas com incrível poder de inclinação -daí o pino nas pedaleiras para indicar o limite da moto (e o seu) no ápice das curvas fechadas.

Pãozinho
A Z750, não. O pacote "street fighter" faz o piloto ficar curvado para frente, como se quisesse sempre mergulhar nas curvas e devorar o asfalto. E a padaria? Isso mesmo, e as pessoas que querem só comprar o pãozinho quente de cada dia?
Há quem diga que, para isso, existem "scooters" com incontáveis porta-trecos. É verdade.
A Kawasaki foi feita para quem gosta de moto no sentido emocional da coisa. Só decepciona no desempenho do motor de 748 cm3 de cilindrada e 106 cv -4 cv a mais que o motor de 599 cm3 da Hornet.
Não é a Honda que anda muito. É a Z750 que deveria ser um pouco mais potente.
De 0 a 100 km/h, por exemplo, a Kawasaki precisou de 4,7s, e a Hornet, 4,8s, aponta o teste Folha-Mauá. É empate técnico, mas não deveria ser.
Em velocidade máxima, a Hornet foi melhor. Chegou a 217 km/h, e a Kawasaki, 213 km/h. A diferença é ínfima, mas, de novo, não deveria ser.
Diferença maior está no preço. A Honda com ABS é vendida por R$ 34.280, R$ 5.710 a menos do que a Kawasaki. Pela última vez, não deveria ser.
(FABIANO SEVERO)



Texto Anterior: A Índia não viveria sequer um dia sem os riquixás
Próximo Texto: Foco: No frio de 14°C de Campos do Jordão, Honda Mix sofre para pegar e pede gasolina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.