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Kawasaki Z750 decepciona e vê Hornet liderar
Z750 tem design arrebatador e só; motor maior anda como o da Honda
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando retornou ao Brasil,
no fim do ano passado, a Kawasaki fez questão de mostrar as
esportivas ZX-6R e ZX-10R e a
"naked" Z750. Com toda razão.
Afinal, esta última é a moto
média sem carenagem mais
vendida da Europa, um dos
mercados mais concorridos.
Deixou a Honda CB 600 F
Hornet, a líder até a chegada da
Suzuki GSR 600 -não está à
venda no Brasil-, em terceiro.
Pobre Hornet, nem merecia.
O motivo? O design arrebatador da Kawasaki. Lá chamam
de "street fighter", ou, numa
tradução livre, lutadora das
ruas, se estas forem lisas como
um tapete persa de primeira.
Nos buracos, a Z750 é dura
demais. Piora quando você
pensa que o pequeno assento
não tem sequer um dedo de espuma. É mais desconfortável
que o da CBR 1000 RR.
Mas faz parte do pacote. Afinal, não seria tão bonita e arrojada se tivesse aquele banco de
vovô "playboy" da Hornet.
Outro detalhe: para ter o tanque em forma angulada, a Z750
perde no encaixe da perna,
principalmente em frenagens
-o freio certamente é o que a
Kawasaki tem de melhor.
Já a Hornet, que pode ter
freios ABS, vem com um item
de série: você. É uma das raras
motos que, após três quarteirões, parecem sua há anos.
Tem uma incrível facilidade
de aceitar pessoas de diferentes
estaturas com a mesma hospitalidade, sempre proporcionando uma posição de guiar natural e ereta, mas com incrível
poder de inclinação -daí o pino
nas pedaleiras para indicar o limite da moto (e o seu) no ápice
das curvas fechadas.
Pãozinho
A Z750, não. O pacote "street
fighter" faz o piloto ficar curvado para frente, como se quisesse sempre mergulhar nas curvas e devorar o asfalto. E a padaria? Isso mesmo, e as pessoas
que querem só comprar o pãozinho quente de cada dia?
Há quem diga que, para isso,
existem "scooters" com incontáveis porta-trecos. É verdade.
A Kawasaki foi feita para
quem gosta de moto no sentido
emocional da coisa. Só decepciona no desempenho do motor de 748 cm3 de cilindrada e
106 cv -4 cv a mais que o motor de 599 cm3 da Hornet.
Não é a Honda que anda
muito. É a Z750 que deveria ser
um pouco mais potente.
De 0 a 100 km/h, por exemplo, a Kawasaki precisou de
4,7s, e a Hornet, 4,8s, aponta o
teste Folha-Mauá. É empate
técnico, mas não deveria ser.
Em velocidade máxima, a
Hornet foi melhor. Chegou a
217 km/h, e a Kawasaki, 213
km/h. A diferença é ínfima,
mas, de novo, não deveria ser.
Diferença maior está no preço. A Honda com ABS é vendida por R$ 34.280, R$ 5.710 a
menos do que a Kawasaki. Pela
última vez, não deveria ser.
(FABIANO SEVERO)
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