Há um ano, CBR 1000 RR superou GSX-R 1000, mas a Honda ficou tão cara que perdeu o trono das esportivas

DA REPORTAGEM LOCAL

Revanche não é bem o sentimento que alimenta as motos, mas, desde o ano passado, a Suzuki GSX-R 1000 está com a Honda CBR 1000 RR entalada na garganta -ou na descarga.
É que a CBR, a então novidade entre as superesportivas, era mais barata e andava mais. Sem falar na agilidade da Honda, quase uma moto de 750 cm3.
Nem o exclusivo sistema de mapeamento do motor de quatro cilindros em linha, para aumentar ou reduzir a potência de 185 cv, foi capaz de dar o troféu à Suzuki há um ano.
Agora a história é outra: a CBR está mais cara e, apesar dos freios ABS, únicos no segmento "racing", está com desempenho praticamente igual ao da GSX-R. Num autódromo, a decisão seria "no braço", como diz aquele famoso locutor.
No teste Folha-Mauá, a Honda, com 178 cv e 177 kg, precisou de 3,1s para atingir 100 km/h; a Suzuki, 3,3s. É um pelo de cavalo de diferença.
No fim da reta da pista de testes, ambas marcam 299 km/h nos painéis digitais -os contagiros são analógicos-, mas estão a 285 km/h.
De perfil, nem dá tempo de reparar que a CBR está com uma nova cor. É azul e cinza, quase uma coloração careta de BMW, e não de Honda esportiva. Mas a japonesa se redime: lança também outras duas cores aguardadas há anos. A laranja e azul, com o patrocínio da Repsol, e a azul e vermelha, com o logotipo HRC, vêm das corridas de motovelocidade, mas sem os freios ABS, só disponíveis na versão da foto.
A 285 km/h, aliás, também não é possível ver que a Suzuki agora pode ser preta e dourada, e não só amarela. Mas não é isso que a faz vencer.
A GSX-R, há um ano, custava R$ 61,2 mil. Hoje custa a mesma coisa. A CBR, porém, já custou R$ 53 mil. Agora subiu para R$ 68.873 e R$ 73.139 (com ABS). Com a diferença, dá para comprar a CB300R com seguro. (FABIANO SEVERO)