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Com motor 1.6, sedã da Volks supera Peugeot 207 Passion em desempenho, espaço, porta-malas e preço
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Peugeot 207 Passion nasceu da crise existencial de um
hatch bem cortejado na infância. O 206, há nove anos, era belo como poucos e conseguiu se
manter atual no segmento mais
concorrido no Brasil.
Só que, numa sina tragicômica, precisou de um levante no
visual. Em vez de roupa nova,
comprou umas no brechó. A
Peugeot preferiu não atualizar
a geração e adaptar o 207 europeu "ao gosto do brasileiro".
Produz em Porto Real (RJ) um
206 ajambrado, que ganhou
mais 36 cm atrás -ela já tinha
experiência de fazer o 206 sedã
com a iraniana Khodro.
Deu azar. Na mesma época,
veio um carro que já nasceu sóbrio, bem-feito e com tudo no
lugar certo. Sem arremedos.
Aliás, o Volkswagen Voyage é
mais do que um Gol sedã espichado 33 cm. Foi o precursor de
uma nova geração de Volkswagen, que precisava desesperadamente voltar ao segmento de
sedãs pequenos -só menor que
o dos hatchs compactos.
Caprichou na ergonomia e
no porta-malas com abertura
interna -cabem 480 litros. No
Peugeot, são 420 litros. O VW,
porém, traz duas articulações
que, ao fechar a tampa, amassam as malas. No 207, eles também estão lá, mas protegidos
por um acabamento ímpar.
Outro capricho da Volks está
no acerto do chassi. Molas e
amortecedores do Gol foram
recalibrados para reduzir o balanço traseiro do Voyage. Ele
está firme e confortável, apesar
dos bancos curtos -o apoio do
assento cansa as pernas.
Desempenho
No 207, a suspensão continua dura, como no 206, do qual
deriva. Não chega a incomodar,
mas dá trancos em lombadas e
valetas, por exemplo.
Mesmo assim, o acabamento
dos plásticos no interior do 207
é melhor. Exceto pelo pequeno
"degrau" que existe entre as
pontas do painel e as portas,
aproveitadas do 206. Sinal claro de adaptação de projeto.
No Voyage, isso não há, tampouco há refinamento. Tudo é
simples, previsível e eficiente.
Imprevisível era o desempenho. Com o motor 1.6 do Polo, o
Voyage superou o 207 em tudo,
aponta o teste Folha-Mauá.
Tudo mesmo, até no consumo de combustível. Não há sequer uma só prova em que o
motor 1.6 16V do francês tenha
falado mais alto. Nem com 113
cv (cavalos) com álcool, 9 cv a
mais do que o do sedã da Volks.
Em tempo: o Voyage pesa
apenas 989 kg; o 207, 1.134 kg.
E ainda é mais caro. Custará,
a partir da semana que vem,
R$ 48.350, segundo revendas
de São Paulo. Também com direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico, o Voyage
1.6 Trend sai por R$ 42 mil.
Os carros foram cedidos para teste
pelas montadoras
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