São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Com motor 1.6, sedã da Volks supera Peugeot 207 Passion em desempenho, espaço, porta-malas e preço

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Peugeot 207 Passion nasceu da crise existencial de um hatch bem cortejado na infância. O 206, há nove anos, era belo como poucos e conseguiu se manter atual no segmento mais concorrido no Brasil.
Só que, numa sina tragicômica, precisou de um levante no visual. Em vez de roupa nova, comprou umas no brechó. A Peugeot preferiu não atualizar a geração e adaptar o 207 europeu "ao gosto do brasileiro". Produz em Porto Real (RJ) um 206 ajambrado, que ganhou mais 36 cm atrás -ela já tinha experiência de fazer o 206 sedã com a iraniana Khodro.
Deu azar. Na mesma época, veio um carro que já nasceu sóbrio, bem-feito e com tudo no lugar certo. Sem arremedos.
Aliás, o Volkswagen Voyage é mais do que um Gol sedã espichado 33 cm. Foi o precursor de uma nova geração de Volkswagen, que precisava desesperadamente voltar ao segmento de sedãs pequenos -só menor que o dos hatchs compactos.
Caprichou na ergonomia e no porta-malas com abertura interna -cabem 480 litros. No Peugeot, são 420 litros. O VW, porém, traz duas articulações que, ao fechar a tampa, amassam as malas. No 207, eles também estão lá, mas protegidos por um acabamento ímpar.
Outro capricho da Volks está no acerto do chassi. Molas e amortecedores do Gol foram recalibrados para reduzir o balanço traseiro do Voyage. Ele está firme e confortável, apesar dos bancos curtos -o apoio do assento cansa as pernas.

Desempenho
No 207, a suspensão continua dura, como no 206, do qual deriva. Não chega a incomodar, mas dá trancos em lombadas e valetas, por exemplo.
Mesmo assim, o acabamento dos plásticos no interior do 207 é melhor. Exceto pelo pequeno "degrau" que existe entre as pontas do painel e as portas, aproveitadas do 206. Sinal claro de adaptação de projeto.
No Voyage, isso não há, tampouco há refinamento. Tudo é simples, previsível e eficiente.
Imprevisível era o desempenho. Com o motor 1.6 do Polo, o Voyage superou o 207 em tudo, aponta o teste Folha-Mauá.
Tudo mesmo, até no consumo de combustível. Não há sequer uma só prova em que o motor 1.6 16V do francês tenha falado mais alto. Nem com 113 cv (cavalos) com álcool, 9 cv a mais do que o do sedã da Volks.
Em tempo: o Voyage pesa apenas 989 kg; o 207, 1.134 kg.
E ainda é mais caro. Custará, a partir da semana que vem, R$ 48.350, segundo revendas de São Paulo. Também com direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico, o Voyage 1.6 Trend sai por R$ 42 mil.


Os carros foram cedidos para teste pelas montadoras


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