São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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peças & acessórios

Fratura agora é infração grave; serviço de recuperação custa R$ 70 e é coberto por seguro

Vidro recuperado livra de multa

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Considerado item de segurança, o pára-brisa passa a se submeter a regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito. O órgão também permite que ele seja recuperado, livrando o motorista de uma multa grave (veja ao lado).
Georgios Fotopoulos, da Mecânica de Vidros, ensina uma tática para o motorista descobrir se a rachadura pode ser arrumada. "Ele deve se sentar e colocar, na vertical, uma folha A4 na sua frente. Também é possível observar a área que a palheta percorre. Se estiver nesse espaço, o conserto não será possível."
Dados levantados pela fabricante de vidros Saint-Gobain Sekurit revelam que um em cada dez carros que circulam no país -ou seja, mais de 2 milhões- pode ser multado por estar com o pára-brisa trincado ou com defeito que comprometa a visibilidade do condutor.
Renato Hotzheim, diretor-geral da empresa, lembra que determinadas trincas, além de desviar a atenção do motorista, chegam a afetar a resistência do componente. Ele explica que o pára-brisa é formado por duas camadas de vidro separadas por uma película central -se afetada, impede a recuperação.
Hotzheim alerta que o vidro também interfere na eficiência do airbag. Numa batida, o passageiro pode ser arremessado para fora do carro se o pára-brisa não estiver bem fixado.
"A resolução proporciona um padrão para avaliação dos defeitos e estabelece limites entre o permitido e o que torna o pára-brisa inseguro."
É preciso procurar uma oficina especializada para saber se a peça pode ser recuperada. O serviço em uma fratura localizada custa, em média, R$ 70, e o serviço é feito em 30 minutos.

Rapidez
Fotopoulos estima que 75% das batidas de pedras no pára-brisa possam ser recuperadas, mas nem sempre o proprietário do veículo procura uma oficina em tempo hábil.
"A vibração do carro provocada pela passagem em lombadas e ruas com paralelepípedos, por exemplo, causa torção na carroceria e contribui para a expansão da trinca", comenta.
"Um caminhão na minha frente soltou uma pedra, que atingiu o pára-brisa do meu [Chevrolet] Corsa Sedan. A trinca de dez centímetros logo passou para 30 centímetros", conta o taxista Geraldo Basílio da Costa, 67.
O tamanho não permitiu a troca. Substituir o pára-brisa sairia por R$ 230, mas, como Costa possui seguro, pagou apenas R$ 95 pela franquia.
O advogado Antônio Carlos Delben, 44, foi vítima de uma pedra que voou em seu Chevrolet Omega. "Não sabia se teria de trocar ou poderia recuperar a peça. O diagnóstico apontou que o reparo era possível."
Além de continuar com o vidro original de fábrica, ele acredita ter economizado aproximadamente R$ 3.000 por se tratar de uma peça importada.
Para o conserto, as oficinas especializadas usam uma máquina que cria vácuo para retirar o ar "preso" na área afetada. Depois, é injetada uma resina fotopolimerizável, que preenche todo o interior da trinca e cria uma solda. Por último, uma massa permite nivelar o ponto de impacto com o restante do pára-brisa.
Fotopoulos diz que o reparo não é aceito quando a fratura está contaminada -por terra, umidade ou óleo. A visão nunca volta a ser perfeita no ponto danificado, mas chega a 95% da original. Deve-se solicitar por escrito a garantia do serviço.


ONDE ENCONTRAR
Carglass - 0/xx/11/2126-0101 Mecânica de Vidros - 0/xx/11/ 3872-4771


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