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peças & acessórios
Donos de Ka trocam peça antes de recall
Montadora afirma que vai analisar os casos de problemas elétricos já pagos e que poderá indenizar proprietários
Para mecânicos, o atrito do chicote com a carroceria atinge também a geração anterior do Ka e o Fiesta
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A protética Carine Bonjoan, 36, gastou R$ 405 para
fazer seu Ka 1.6 ano 2009 funcionar depois do apagão que
sofreu no meio da rua.
"O defeito no chicote elétrico ainda queimou a chave
de seta, que foi trocada."
Como era sábado, Bonjoan
procurou uma oficina, e não
uma concessionária. O recall
não havia sido anunciado
-ocorreu no último dia 21.
"Consultei a Lemar e soube que eles não vão me ressarcir pelo que gastei com a
peça original. Disseram que a
oficina está lotada e que não
será possível agendar o recall", conta Bonjoan.
A Ford convocou os donos
de Ka, fabricados de 2008 a
31 de janeiro deste ano, para
refazer o isolamento dos chicotes elétricos e evitar atritos
com a carroceria.
O risco, segundo a montadora, é ocorrer queima constante de fusíveis, curto-circuito e princípio de incêndio
no compartimento do motor.
A Ford também afirma que
os clientes que já pagaram
pelo reparo nas autorizadas
ou nas oficinas especializadas terão o caso avaliado e,
talvez, a restituição do valor
gasto com o conserto.
Mesmo quem já reparou o
defeito em oficina particular
terá de agendar o recall.
Todos os que compram um
veículo da Ford recebem gratuitamente o programa Ford
Mobility (assistência técnica
e guincho), pelo tempo de
garantia do veículo. No Ka, a
garantia é de um ano.
FIESTA
José Natal da Silva, dono
da oficina Mega Car, conta
que esse problema elétrico
não atinge só o novo Ka mas
também a geração anterior e
toda a linha Fiesta.
"As capas dos fios ressecam facilmente e parecem
desmanchar", afirma.
Segundo Silva, esse ressecamento faz com que os fios
entrem em curto, tanto por
raspar um no outro como pelo atrito com a carroceria.
"O desgaste é lento e danifica a capa dos fios. Além disso, o chicote elétrico está
muito próximo do cofre do
motor, compartimento onde
a temperatura é muito alta, e
pode provocar faísca", diz.
Como são muitos fios juntos, é difícil saber qual terá
desgaste prematuro. Podem
queimar a luz de freio, de seta, de lanterna, de estacionamento ou mesmo os fusíveis.
O reparo de chicote em um
modelo como o Ka (fabricado
entre 1997 e 2007) custa em
média R$ 500 e fica pronto
no mesmo dia. Já a troca do
chicote inteiro não custa menos do que R$ 2.000 em oficinas especializadas.
Se ocorrer cheiro de queimado ou fumaça na cabine,
os mecânicos recomendam
cortar o cabo negativo da bateria com alicate, para que o
curto não se propague.
É importante notar ainda
que os fusíveis só podem ser
substituídos por outros de
mesma amperagem.
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