São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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peças & acessórios

Donos de Ka trocam peça antes de recall

Montadora afirma que vai analisar os casos de problemas elétricos já pagos e que poderá indenizar proprietários

Para mecânicos, o atrito do chicote com a carroceria atinge também a geração anterior do Ka e o Fiesta

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A protética Carine Bonjoan, 36, gastou R$ 405 para fazer seu Ka 1.6 ano 2009 funcionar depois do apagão que sofreu no meio da rua.
"O defeito no chicote elétrico ainda queimou a chave de seta, que foi trocada."
Como era sábado, Bonjoan procurou uma oficina, e não uma concessionária. O recall não havia sido anunciado -ocorreu no último dia 21.
"Consultei a Lemar e soube que eles não vão me ressarcir pelo que gastei com a peça original. Disseram que a oficina está lotada e que não será possível agendar o recall", conta Bonjoan.
A Ford convocou os donos de Ka, fabricados de 2008 a 31 de janeiro deste ano, para refazer o isolamento dos chicotes elétricos e evitar atritos com a carroceria.
O risco, segundo a montadora, é ocorrer queima constante de fusíveis, curto-circuito e princípio de incêndio no compartimento do motor.
A Ford também afirma que os clientes que já pagaram pelo reparo nas autorizadas ou nas oficinas especializadas terão o caso avaliado e, talvez, a restituição do valor gasto com o conserto.
Mesmo quem já reparou o defeito em oficina particular terá de agendar o recall.
Todos os que compram um veículo da Ford recebem gratuitamente o programa Ford Mobility (assistência técnica e guincho), pelo tempo de garantia do veículo. No Ka, a garantia é de um ano.

FIESTA
José Natal da Silva, dono da oficina Mega Car, conta que esse problema elétrico não atinge só o novo Ka mas também a geração anterior e toda a linha Fiesta.
"As capas dos fios ressecam facilmente e parecem desmanchar", afirma.
Segundo Silva, esse ressecamento faz com que os fios entrem em curto, tanto por raspar um no outro como pelo atrito com a carroceria.
"O desgaste é lento e danifica a capa dos fios. Além disso, o chicote elétrico está muito próximo do cofre do motor, compartimento onde a temperatura é muito alta, e pode provocar faísca", diz.
Como são muitos fios juntos, é difícil saber qual terá desgaste prematuro. Podem queimar a luz de freio, de seta, de lanterna, de estacionamento ou mesmo os fusíveis.
O reparo de chicote em um modelo como o Ka (fabricado entre 1997 e 2007) custa em média R$ 500 e fica pronto no mesmo dia. Já a troca do chicote inteiro não custa menos do que R$ 2.000 em oficinas especializadas.
Se ocorrer cheiro de queimado ou fumaça na cabine, os mecânicos recomendam cortar o cabo negativo da bateria com alicate, para que o curto não se propague.
É importante notar ainda que os fusíveis só podem ser substituídos por outros de mesma amperagem.


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