SsangYong custa R$ 134,9 mil e usa motor diesel da Mercedes de 165 cv; marca tem 11 revendas no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quase 20 anos, a Constituição brasileira decretou que qualquer tipo de preconceito seria tratado como crime inafiançável. Se quiser distância da Justiça, enxergue os carros coreanos com bons olhos.
Ainda mais o SsangYong Kyron, que usa partes mecânicas da Mercedes-Benz e custa R$ 14,7 mil menos que um Toyota Hilux SW4 -R$ 134,9 mil.
Ele até lembra um espécime da casa de Stuttgart, numa miscelânea de linhas coreanas e alemãs. É como se o desafio do Kyron fosse parecer menos um carro asiático e mais um automóvel global, sem bairrismos.
A grade frontal nem precisa de apresentações. É convexa e menor que a dos modelos da Mercedes-Benz, mas ostenta as mesmas confluências de cromados. Claro que não há estrela de três pontas.
Não há como negar também que os faróis são idênticos aos do Classe S novo, com eficiência digna de um carro "premium" alemão. Têm regulagem elétrica e, mesmo sem o xenônio, iluminam como poucos.
Eficiente também é o isolamento acústico, a ponto de um desavisado dirigir a 120 km/h numa estrada sem desconfiar que acelera um jipe a diesel.
Aliás, seu motor recebeu críticas no último Salão de São Paulo. Em vez do de 141 cv (cavalos) apresentado, a Districar resolveu importar o Kyron com motor 2.7 com injeção direta de diesel, de 165 cv.
Melhor que isso: seu torque (força) é de 41 kgfm entre 1.600 e 3.000 rpm. É o suficiente para fazer ultrapassagens sem exigir grandes reduções do câmbio automático de cinco marchas.
Mas seu modo manual, acionado por botão, não inspira confiança. Parece mais um joystick infantil que uma alavanca de jipe 4x4 com reduzida.
Sensores de estacionamento dianteiro e traseiro também fazem falta num modelo de 4,66 m de comprimento. O que não desmerece a pujança de um jipão ainda pouco conhecido no Brasil. (FABIANO SEVERO)