São Paulo, sábado, 01 de março de 2008

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CECILIA GIANNETTI VAI ÀS COMPRAS
[colunista em campo]

SANDÁLIA NO AÇOUGUE

Siga a colunista neste roteiro de galerias e transversais da Visconde de Pirajá, em Ipanema

CECILIA GIANNETTI
COLUNISTA DA FOLHA

A rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, é a nossa Oscar Freire com sal e sol. A proximidade com os "points" de praia mais movimentados da zona sul do Rio de Janeiro promove nessa rua o encontro entre turistas de chinelos e fashionistas.
Começando por uma transversal que corta a Visconde e a Prudente de Moraes, à altura da praça General Osório, existe uma ruazinha indispensável. Na Teixeira de Melo fica o Hush Hush, que pode transformar seu cabelinho sem graça em coisa de "pop star" (sugestão: não peça o penteado de Amy Winehouse).
Na mesma rua, o Galeria Café tem festas, exposições, teatro, e aos domingos, realiza um bazar de moda, arte e decoração. Uma das festas mais concorridas da casa, a "Sexta-Básica", faz edições beneficentes, em que a entrada é um quilo de alimento não-perecível.
A alta concentração de "mudernidade" na pequena Teixeira de Melo conta ainda com a La Cucaracha. Dá pra ficar horas nessa lojinha fuçando acessórios descolados (de R$ 12 a R$ 40), brinquedos customizados, roupas bem diferentes e modelitos exclusivos criados por uma das donas da loja, Vanessonik. Graças à forte ligação com o mundo dos quadrinhos, a loja tem estantes sempre atualizadas com HQs, livros importados, revistas raras e tudo o que a nova safra de cartunistas/humoristas produz no Brasil (de R$ 15 a R$ 120).
A Visconde de Pirajá é a rua de comércio mais cara do país, o que não quer dizer que todas as suas lojas tenham o costume de assaltar o consumidor. Além das que têm filiais em shoppings, lojas menos badaladas guardam pechinchas e promoções que não se acham por aí.
A KiKarnes, por exemplo, tem perfil inusitado: é açougue, mercadinho e a maior vendedora de sandálias Havaianas do bairro. Os turistas estrangeiros adoram o "paredão" formado por diversos modelos e cores de chinelos, até porque chegam a custar menos da metade do seu preço lá fora.
As galerias de Ipanema são parte obrigatória desse roteiro. Dentre elas, a de perfil mais variado é a Boutiques de Ipanema (n. 303). Nessa galeria de nome antiquado há brechós, locadora de livros, delicatessen, agências de turismo, clínicas de estética, salões de beleza, lojas de instrumentos musicais, games, presentes e decoração. Uma grife da galeria faz sucesso especialmente entre os fãs de futebol: a Liga Retrô, no segundo piso, tem reproduções das camisas mais marcantes da história do esporte.
Já na Forum Ipanema (n. 351), os preços variam de salgados a promocionais, com surpresas como a Vale das Bonecas. A grife se destaca com roupas e acessórios estilo retrô e pop; e não só: vive em promoção e as ofertas de verão incluem biquínis por R$ 25 e casacos modelo anos 80 por R$ 49. Em frente à Vale, a Parceria Carioca tem boa parte da moda, artesanato e design produzidos por cooperativas e ONGs de comunidades carentes.
Ah, preciso comprar tudo! É a vontade que bate quando passo pela Sociedade Anônima, no térreo do Forum. Trata-se da multimarcas de Sol Azulay, inaugurada há cerca de um ano. A SA também vende guloseimas e brinquedos importados, roupas customizadas para crianças, CDs da Biscoito Fino e da coleção de world music Putumayo, e ainda tem o cabeleireiro-star Vinny Kilesse aparando madeixas no mezanino.
Tudo isso é só um recorte básico da Visconde de Pirajá. Aos que não têm medo de gastar a sandalinha, recomendo o passeio completo por ela e também por suas transversais.


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