São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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O número mágico da liquidação progressiva

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA

Assim como um trotamundus cronometra os segundos que antecedem a próxima viagem, os "loucos por uma pechincha" anseiam pela temporada de promoções. Seguem uma lógica mais ou menos assim: "Para que pagar R$ 300 por esta bolsa, se posso comprá-la pela metade do preço?".
É aí que mora o perigo. Para alcançar o tão sonhado desconto de 50%, muitas vezes você terá que comprar ao menos cinco produtos. Da rua Oscar Freire aos shoppings, passando pela popular José Paulino, os chamados "descontos progressivos" -eufemismo para "pague menos e leve o que não precisa"- estão por toda parte.
Vale aqui um registro: não é errado oferecer esse tipo de desconto. Mas a informação de que será preciso comprar peças a mais deve estar clara e visível.
E bota muitas peças nisso, não é mesmo Juliano? Quando se deparou com o número 70 dominando toda a vitrine de uma loja de roupas, o produtor cultural Juliano de Souza, 34, não se conteve. "Confesso que na hora não fiz as contas. Meu objetivo era um só: alcançar aquele descontão. Imagine, 70%. Não me controlei", diz.
Juliano voltou para casa feliz. Mas, diz ele, a alegria durou pouco. O guarda-roupa não tinha espaço para mais sete peças. "Só então caiu a ficha. Fiz um péssimo negócio. Tive que doar roupa que nunca usei."


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