São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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DÚVIDAS ÉTICAS [mande sua pergunta para duvidaseticas@folhasp.com.br]

O que é melhor: trocar de carro ou manter o velho?

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Manter um carro velho gera mais custos ambientais do que trocar por um mais moderno, na opinião de Gilmar Batalha, 48, professor de engenharia mecatrônica da Poli-USP. "Com o carro-museu você arca com um custo alto, polui mais, não gera empregos, piora o trânsito e impossibilita a reciclagem", diz Batalha.
Mas, do ponto de vista apenas das emissões de poluentes, a diferença se torna significativa apenas ao se comparar veículos de hoje com os de mais de dez anos. Para Francisco Nigro, 62, professor de engenharia mecânica da Poli-USP, não vale a pena trocar um carro recente por um mais novo apenas levando em conta as menores emissões. "Os ganhos na redução de poluentes nos últimos dez anos foram muito pequenos", afirma.
Ao comparar os novos automóveis com aqueles com mais de dez anos, porém, a diferença se torna brutal. "Antes dos catalisadores de três vias e de injeção eletrônica, os carros poluíam dez vezes mais que os de hoje", afirma Nigro.
Ele diz que, no Brasil, um carro velho não vai para a sucata: é passado adiante. O problema se torna, então, permitir ou não que uma pessoa de renda mais baixa tenha meios de comprar um carro. "Na Europa, o mercado é saturado: para cada carro que entra no sistema, um vai para a sucata. Aqui, para cada carro novo comprado, uma pessoa entra no sistema", diz Nigro.
Outra vantagem dos veículos novos é a eficiência. "A relação potência/peso está mudando. Hoje, carros leves de potência menor têm desempenho melhor. Um Opala 2.5 dos anos 80 tem desempenho igual ao 1.6 de hoje", diz Batalha.


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