Jogador amador põe em campo três modelos usados por grandes astros do futebol mundial

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A história de um jovem boleiro nem sempre começa com uniforme, bola e chuteiras oficiais. Mas bons apetrechos podem facilitar as coisas para a estrela do terrão se tornar um craque dos gramados. "A importância de bons equipamentos é total. O rendimento técnico é do jogador, mas a chuteira pode ajudar a melhorar. É como o pneu de um carro", diz Marcos Vizolli, técnico do time sub-20 do São Paulo. "Usar equipamentos adequados desde cedo pode contribuir para evitar lesões futuras", diz.
A pedido da Folha, Edmundo Lima, 14, atacante do Brasileirinhos, escolinha de futebol ligada ao Clube de Regatas Tietê, experimentou os principais modelos de três grandes fabricantes de chuteiras de futebol de campo, todos tamanho 40.
Foram testadas a F50, chuteira da Adidas usada por Messi; a Ronaldinho 2, da Nike, batizada com o nome do jogador gaúcho do Milan; e a SX Flare, da Umbro, desenvolvida em parceria com a fabricante de pneus Michelin.
Edmundo jogou com as chuteiras em treinos coletivos, por cerca de uma hora com cada modelo. A mais bem avaliada do teste foi a F50, que tem a vantagem de vir com três jogos de travas, cada uma para um tipo de gramado. A ressalva que Edmundo faz é que, por serem intercambiáveis, as travas precisam de atenção no momento de fazer as trocas.
Embora a Ronaldinho 2 tivesse levado pontos no quesito conforto, ela teve problemas por ser a mais larga das três e chegou a sair do pé do jogador. Já com a SX Flare, a mais bonita do teste, aconteceu o contrário: foi a menos confortável das três e causou bolhas no pé de Edmundo.

A F50 da Adidas tem uma característica que a destaca das demais: permite a troca das travas para se adaptar a cada situação de gramado - campo molhado, seco e com grama alta. Mas essa vantagem, em certos casos, pode ser um problema. "O único ponto negativo pode ser a troca de travas. Se a colocação não for bem feita, a trava pode sair e causar acidentes", diz Edmundo Lima, 14, atacante do Brasileirinhos, escolinha de futebol ligada ao clube Tietê. Essa ressalva, porém, não tira da marca alemã a melhor avaliação do teste. "Ela é muito leve, é como se você não sentisse a chuteira no pé. Você não precisa fazer tanta força para fazer um lançamento, por exemplo", diz Edmundo. As travas têm boa aderência, e a chuteira foi considerada confortável.


UMBRO
MODELO SX Flare
CONFORTO: regular
DESIGN: excelente
PRECISÃO: bom
TRAVAS: bom
PREÇO SUGERIDO: R$ 599,90
SAC 0800-774-9191

A "bonita" que deu bolha

A chuteira da Umbro é a mais bonita das três, na opinião do atacante Edmundo, do Brasileirinhos. "É uma qualidade importante, porque a maioria das pessoas escolhe a chuteiras pelo design", diz.
Porém, a SX Flare foi também a mais desconfortável das três avaliadas e por isso teve um desempenho abaixo das concorrentes. "É a menor das três e deu bolha no meu pé", afi rma Edmundo.
Apesar disso, ele diz que a chuteira é leve, tem um formato que favorece a precisão dos chutes e que as travas arredondadas dão mais segurança para arrancadas e freadas. "Uma dica é escolher um modelo com um número maior do que você está acostumado a usar. Aí o desempenho da chuteira pode ser melhor", sugere Edmundo.


NIKE
MODELO Ronaldinho 2
CONFORTO: excelente
DESIGN: regular
PRECISÃO: muito bom
TRAVAS: excelente
PREÇO SUGERIDO: R$ 599,90
SAC (11) 5504-6644 (Grande São Paulo); 0800-703-6453 (demais cidades)

Confortável, mas sai do pé

O modelo Ronaldinho 2, da Nike, foi avaliado como o mais confortável dos três _tão confortável que a chuteira parece que vai sair do pé. "Eu me senti um pouco inseguro, você não fi ca totalmente concentrado no jogo", diz Edmundo. "Ela chegou a sair do meu pé durante o jogo, numa disputa de bola." O outro ponto negativo foi o design: o "look" retrô não agradou o boleiro.
Por outro lado, ele elogiou as travas e o formato do bico. "Deu mais precisão, por ser arredondado. Você pega bem na bola em todos os chutes", afirma.
Mas, apesar de ter ido bem no teste, a Ronaldinho 2 ficou um pouco a desejar, na opinião de Edmundo.
"Pelo fato de ser Nike, a gente sempre espera algo mais. Não foi isso que aconteceu", diz.


Texto Anterior: Maria Inês Dolci: Lei do sac tem que "pegar"
Próximo Texto: Crítica de loja: Delicadezas modernas
Índice