Pioneira em misturar roupa e obras de arte, a parisiense Colette faz dez anos

IZABELA MOI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM PARIS

Ao combinar arte contemporânea com alta costura, a loja parisiense Colette garantiu seu lugar como antena de tendências, ao longo de seus dez anos.
Localizada na rua Saint Honoré, a loja-conceito se define como "numa eterna busca" do melhor da criação contemporânea. Sem filiais. Paris e pronto.
A dona, Colette Roussaux, não gosta nem de fotos nem de entrevistas. Sua filha, Sarah Lerfel, 31, é quem acaba se encarregando de mostrar a cara, e é quem cuida da administração desse misto de galeria de arte, loja e restaurante. Esse modelo não é mais novidade, mas, em 1997, Colette foi pioneira.
Tudo o que é exposto na Colette é escolhido pessoalmente por mãe e filha. As vitrines mudam toda semana: a cada segunda-feira, uma nova "capa" apresenta a revista-loja (magazine-magasin). Nas apresentações de coleções, há uma dezena de novidades por dia.
Mãe e filha recebem cerca de cem propostas de novos criadores por dia. Foi assim que elas apresentaram ao mundo estilistas como Hussein Chalayan e Jeremy Scott.
Além da garimpagem, vários designers criam peças exclusivas para a loja, peças Colette. Os itens "one-off".
São 700 metros quadrados distribuídos em três andares, com 800 marcas de todos os setores: da edição ao artesanato, do pop à alta costura. No primeiro andar fica o chamado "best of" das coleções de moda do mundo. No "rez-de-chaussez" (térreo), as miscelâneas: CDs, DVDs, livros, objetos de design, jóias, papelaria, produtos "beauté" e afins. Entre preciosidades e hits, é possível achar, por exemplo, o DVD da primeira temporada do seriado "Betty, a Feia".
O "concièrge" é o toque final da loja-conceito para que o consumidor se sinta paparicado. Além dos serviços mais convencionais, tem a ajuda babá-tecnológica, para quem não tem tempo ou não sabe passar música para o próprio iPod. No serviço "iHelp", que custa dois euros por CD, um funcionário Colette carrega seu aparelhinho. Chique, não?