São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

Fuja de produtos clandestinos


Se até artigos de higiene e limpeza fiscalizados podem causar danos à saúde, imagine aqueles dos quais nada se sabe


HIGIENE PESSOAL e limpeza doméstica são áreas nas quais não devemos arriscar. O velho ditado é sempre atual: com saúde não se brinca.
Mas, diariamente, em casas, escritórios e condomínios, são vendidos detergentes, sabões, sabonetes e águas sanitárias cujos fabricantes não são conhecidos. Ou seja, falta qualquer garantia de que não contêm substâncias nocivas à saúde.
Em caso de intoxicação, queimadura ou envenenamento, fica mais difícil definir medicamentos e tratamentos, porque os produtos são vendidos sem rótulos que atendam às exigências da legislação.
Economizar não é desculpa para correr risco com artigos piratas.
Mesmo os produtos fiscalizados, produzidos dentro da lei, são perigosos, pois podem causar sérios danos à saúde se forem ingeridos. Imagine aqueles dos quais nada se sabe.
Um bom exemplo é a água sanitária. Seu componente ativo é o hipoclorito de sódio. Há um teor máximo tolerado para essa substância no alvejante. Quem garante, em um produto clandestino, que esse limite será respeitado? Também há um índice de biodegradabilidade, ou seja, da capacidade de o produto se decompor após o uso. Novamente, não há como assegurar que uma água sanitária pirata seja biodegradável, o que ameaça o ambiente.
Por tudo isso, faça pesquisa de preços, mas compre somente saneantes (produtos de limpeza) legalmente fabricados. Informe-se, também, sobre o assunto: o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicaram "Consumo e Saúde -Produtos de Limpeza: Diga Não aos Clandestinos". Está disponível no site www.mj.gov.br/dpdc, no link "Educação para o Consumo".
Da limpeza doméstica para o corpo. Nem deveria ser preciso alertar sobre o que pode ocorrer com o uso de sabonetes, xampus e perfumes ilegais ou caseiros. Alergias, queimaduras e queda de cabelos são alguns dos problemas frequentes, nem sempre os mais graves.
Em tempo de sol, calor e praia, há outro produto que muitos tentam fazer em casa, ou compram até de camelôs: protetores solares. Que de nada adiantarão, se não protegerem, efetivamente, contra a radiação solar, por mais óbvio que isso pareça.
E há consumidores ainda que, preocupados com a aparência, adquirem ou fazem bronzeadores, um tipo de absurdo que prolifera nesta época do ano. Em lugar de bronzeado, o que se obtém são queimaduras e um passeio ao pronto-socorro.
Portanto, também na hora de cuidar da higiene pessoal, preste atenção aos rótulos, exija notas fiscais, compre em locais que não vendem artigos clandestinos ou feitos em fundo de quintal. E leia pesquisas sobre a qualidade dos produtos. Convenhamos, tais tolices já deveriam ter sido superadas. Comece agora, então.


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