Casa em Pinheiros tem boas peças de coleções passadas de grifes, mas as pechinchas são raras

Rodrigo Capote/Folha Imagem

Detalhes do estoque da Passada, que funciona em um sobrado na zona oeste de São Paulo

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Passadas Moda é um sobradinho de Pinheiros que vende roupas lançadas nas penúltimas temporadas por marcas seletas. Colado ali, a Passadas Praia faz o mesmo com biquínis, maiôs e cangas de boa cepa. O "complexo" de ótimo nome nasceu de uma ponta de estoque da Rosa Chá, que funcionou ali até outro dia. E vai na mesma linha de negócio, baseada em aproximar do alcance de mortais sem cobre, porém taradas por roupas, o produto de grifes boas, inventivas e frequentemente impossíveis.
Na Passadas Moda, por alguma coincidência, predominam aquelas que levam o nome das estilistas: Raia de Goeye, Juliana Jabour, Emannuelle Junqueira, Cecilia Prado, Cris Barros. Se o instinto (ou preconceito) sempre me aconselhou a fugir especialmente dessas, não terá sido sem razão. Os preços originais são tão exorbitantes que é suado achar alguma coisa propriamente barata, mesmo com descontos de 50% ou mais.
Por outro lado, vamos admitir, a oferta é papa fina: as araras da loja são um festival de tecidos nobres, cortes impecáveis, estampas exclusivas e estilos invocados, variando do clássico-casual da Maria Garcia às cores escandalosas da Neon. Para quem procura um número especial para fazer em uma festa, esse é o lugar para achar, por exemplo, uma camisa transparente de organza preta Marcelo Quadros por R$ 200 ou um vestido-quimono de seda grafite de Carlos Miele por R$ 300.
Também na seara das peças atemporais, aquelas com estofo para atravessar, na estica, uma boa década, acham-se coisas que valem a pena, como a saia de lã plissada da Huis Clos (R$ 400) ou a de tafetá branco Emannuelle Junqueira (R$ 150). Entre os vestidos casuais, uma surpresa ótima são os trapézios de malha Juliana Jabour, com estampas gráficas lindas, na faixa de R$ 200. E o corner/quarto de hóspedes da Raia de Goeye é para não perder: tem de fraque de veludo molhado furta-cor (R$ 500) a uma coleção de vestidos com barbatanas construídas com borracha hospitalar (a partir de R$ 400). Tudo lindo, mas não admira o encalhe.