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O mercado local do "eu mereço"
DA REPORTAGEM LOCAL
Mulheres auto-indulgentes
que compram roupas são o
principal público do luxo no
Brasil, segundo a pesquisa "O
Mercado de Luxo no Brasil",
publicada nesta semana pela
consultoria MCF em parceria
com o instituto GfK Indicator.
Foram ouvidas 342 pessoas.
Os números mostram que
61% dos consumidores fazem
compras para eles mesmos, e
apenas 12% compram para maridos ou mulheres. A moda é a
prioridade para 70% dos consumidores, e 41% apontam a
qualidade como motivo de
compra. Para 42%, o gasto médio por compra é de até
R$ 1.000. Têm nível superior
91% dos consumidores de luxo,
e 41% são pós-graduados. A
maioria, 40%, tem entre 26 e 35
anos, 58% são mulheres, 48%
são casados e 66% sem filhos.
Entre as grifes internacionais presentes no Brasil, a mais
lembrada é a Louis Vuitton,
com 27% de citações. As que
despertam mais desejo são
Gucci e Chanel, com 9% de votos cada uma. Entre as nacionais, H.Stern (31%) e Daslu
(26%) são mais lembradas.
Para Carlos Ferreirinha, presidente da consultoria MCF, o
crescimento da indústria do luxo no Brasil vai criar um consumidor mais exigente. "Não significa gastar mais, e sim perceber nos produtos um comprometimento com a qualidade".
Mesmo em expansão, o mercado brasileiro e seu faturamento de US$ 5 bilhões em
2007 ainda não chega perto de
países emergentes, como Rússia e China. "O Brasil não é a bola da vez nem o mercado prioritário", diz Ferreirinha. Na China, segundo ele, o mercado de
luxo cresceu 90% em um ano.
"Democratização"
As diferenças entre os hábitos de consumo de luxo nos diferentes países, como as expostas no estudo da consultoria de
tendências inglesa The Future
Laboratory, não são novidade,
lembra Ferreirinha. "O consumo mais sóbrio sempre existiu
na Europa. A Rússia vive um
momento dos brilhos. O Leste
Europeu está em expansão absoluta, por isso ainda vive na
ostentação", diz o presidente
da MCF. "O Brasil, por exemplo, não é tão afoito como a
Rússia. Tudo o que começa
aqui como ostentação acaba se
tornando mais sofisticado depois", opina. O mais importante, para ele, é que o crescimento
do mercado tirou do luxo a conotação aristocrática, elitista e
inacessível. "Se você compra
um chocolate artesanal, de
qualidade, isso é um luxo, mesmo que o valor absoluto seja
muito menor que o de um carro", diz. Ainda assim, não é possível tirar as aspas da democratização do luxo no Brasil. Com
base nos dados fornecidos pelas empresas do setor para a
MCF, o mercado brasileiro de
luxo atinge entre 480 mil e 700
mil consumidores, menos de
0,4% da população brasileira.
(Débora Mismetti)
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