São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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COBAIA
[experiências e testes de consumidores]

MAGRELINHAS NA LAMA

Entre o asfalto e a trilha de terra, ciclista põe à prova três mountain bikes especiais para percursos longos

DA REDAÇÃO

A pedido do caderno Vitrine, o designer gráfico e ciclista José Carlos Assumpção, 45, o Carlão, testou três mountain bikes desenvolvidas especialmente para cross country, modalidade de ciclismo que envolve percursos longos, com variações entre asfalto e terra.
O ciclista experimentou os modelos Stumpjumper, da Specialized; Scale 70, da Scott, e Cannondale F7, da Cannondale -todas marcas tradicionais nessa categoria.

Altas descidas
O teste, que consumiu oito dias, foi feito na serra da Cantareira, região norte de São Paulo. "Essa trilha, de nível médio, tem boas subidas e descidas ainda melhores. O caminho estava bem enlameado, depois de uma semana com muita chuva", contou Carlão.
Cada uma das bicicletas enfrentou 30 quilômetros de percurso, com 60% de single track (trilhas fora-de-estrada, geralmente com passagem para uma bicicleta por vez) e 40% de estradas de terra e asfalto.
Para chegar na avaliação final de cada modelo, Carlão comparou itens como ergonomia (fundamental para evitar "efeitos colaterais" tipo dores na coluna, como ele diz), segurança, agilidade e resistência. Nos testes, o ciclista também deu atenção ao desempenho de componentes das bicicletas como freio, câmbio e suspensão.

Sem efeitos colaterais
A Scale 70 se comportou bem no teste e deu confi ança para que o ciclista Carlos Assumpção soltasse os freios nas descidas mais radicais: "Deu até a impressão de estar ajudando na pedalada". Além de ser ergonômica, permitindo longos percursos sem efeitos colaterais como dores nas costas e no pescoço, "essa bike não faz feio em trilhas mais pesadas", segundo Carlão. Na visão dele, a Scale mostrou agilidade e resistência acima do esperado para a categoria. "Na sua faixa de preço, pelos componentes que oferece, é uma ótima pedida".

SCOTT
MODELO Scale 70


AVALIAÇÃO     
PREÇO SUGERIDO: R$ 3.300
SAC: www.scott.com.br


Não é brinquedo, não
Ao primeiro contato, a Stumpjumper parece um brinquedo devido ao peso: 10, 7 quilos. "Mas a leveza dela aumenta o desempenho nas subidas, e pude subir os morros mais ‘encardidos’", disse Carlão. Ele aprovou a precisão do freio e a suspensão, "que pode ser travada nas subidas e encara bem raízes, pedras e buracos". O modelo vai bem tanto na terra quanto no asfalto "e até em trilhas com condições mais severas". A ergonomia foi outro ponto alto: "Essa bike é muito confortável e permite vencer longas distâncias sem sofrimento".

SPECIALIZED
MODELO Stumpjumper


AVALIAÇÃO     
PREÇO SUGERIDO: R$ 6.500
SAC: www.pedalpower.com.br


O problema é o conjunto
A Cannondale é toda customizada: são feitas medições para ajuste de selim etc. "Isso melhora o rendimento", diz Carlão. "Mas essa ótima bike poderia contar com um conjunto mais à altura", sugere o ciclista. A suspensão não encara com o traquejo necessário uma trilha leve: "O melhor é se restringir a asfalto e estradas de terra bem conservadas", diz. Ele criticou os freios a disco mecânico, "menos precisos que os das outras". Mas aprovou o câmbio: "Com mudanças suaves, me permitiu encarar subidas íngremes com tranqüilidade".

CANNONDALE
MODELO F7


AVALIAÇÃO   
PREÇO SUGERIDO: R$ 1.849
SAC: (11) 5687-2099




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