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BAGAGEM [compras mundo afora]
O GUIA DA LÃ E DO COURO
Em Buenos Aires, cashmere e jaquetas de qualidade ficam fora da rua Florida: é o circuito "off-turista"
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Um dos símbolos de Buenos
Aires é o movimentado calçadão da rua Florida. E um dos
símbolos da Florida são os argentinos insistentes, que abordam os brasileiros com folhetinhos, ou no gogó, tentando
convencê-los a entrar nas lojas
de "cuero" ou de cashmere.
Tão difícil quanto se livrar
desses tipos é escolher um lugar para fazer compras em
meio a tantas opções. A primeira dica é se afastar da Florida,
onde as muitas lojas parecidas
podem fazer o visitante comprar couro de gato por lebre.
Quem quer garantir a jaqueta
do próximo inverno com preços desse que acabou de passar,
pode se mandar para a rua Murillo, no bairro Villa Crespo, vizinho do badalado Palermo.
Em duas quadras, a rua é um
circuito "off-turistas" (OK, eles
aparecem por ali, mas em manadas menores do que na Florida). As lojas são simples mas,
com o câmbio a favor, o custo/
benefício mais que compensa
(R$ 1 vale 1,70 peso).
A maior do circuito é a Murillo 666, que tem grande variedade de jaquetas. Abusando um
pouco da paciência dos vendedores (que estão lá para isso),
dá para entender as diferenças
entre os tipos de couros.
Concentre-se em dois deles:
vaca ou ovelha. O couro de vaca
é mais pesado, opaco e barato.
Já o de ovelha é mais macio,
tem mais brilho e melhor caimento. E custa mais.
As jaquetas clássicas femininas, de couro de vaca, custam
de 350 a 650 pesos. As de ovelha, de 580 a mil pesos. Um
"trench coat" de couro de vaca
custa 800 pesos, e uma capa
masculina de ovelha, estilo
"Matrix", sai por 980 pesos.
Igualzinha à da revista
Para quem quer matar, com
uma cajadada só, dois coelhos
portenhos, couro e cashmere, a
Silvia y Mario é uma boa opção.
Lá os turistas-clientes conhecem a fábrica em cima da loja,
onde são feitas roupas sob encomenda em um dia. A clássica,
contam as vendedoras, é o
cliente levar a revista de moda
gringa e pedir "igualzinho".
Do tour, ainda fazem parte
explicações sobre a origem do
couro e do cashmere. Você descobre que o cashmere argentino é uma mistura de lã da ovelha merino com angorá. Diferente do inglês, de uma cabra
da região da Cashemira. O argentino tem mais pêlo "levantado", mas a maciez é a mesma,
dizem os portenhos.
Para os alérgicos (e econômicos), há a versão misturada com
fibras artificiais. O suéter de
cashmere clássico custa 170 pesos, cachecóis, 45, e os ponchos
feitos à mão custam 300 pesos
para adultos e 95 para crianças.
Outra opção para comprar
cashmere é a Patagonia & Pampa. Lá, o modelo clássico com
gola redonda sai por 90 pesos, e
o "twin set", por 160 pesos. Para
quem é menos básico, os xales
em tear ou o poncho preto sem
manga (220 pesos) são a versão
estilosa do cashmere.
Peças de couro ousadas você
acha na Juan Lopez. Por exemplo um colete longo, que funciona como vestido (750 pesos), e jaquetas com estampa de
cobra, crocodilo ou avestruz.
Modelos masculinos incluem
peças com capuz e tratamento
com efeito de coisa usada.
Para não dizer que não se falou de Palermo (o bairro com as
lojas mais "cool" e caras da cidade), a Florentina Muraña
-nome tirado de um texto de
Jorge Luis Borges- tem bolsas
de todos os tipos e cores.
A bolsa-carteira com pêlo de
vaca tingido de vermelho (195
pesos) e a grande e básica em
cores fortes para o verão, como
vermelho, amarelo e laranja
(305 pesos), estão entre as mais
pedidas pelas "chicas" portenhas e pelas turistas. Há também bolsas de viagem, a compra de última hora para quem
precisa da mala extra para acomodar suvenires do passeio.
ONDE ENCONTRAR
Florentina Muraña
r. Jorge Luis Borges, 1.760, Palermo,
tel. (5411) 4833-4137, Buenos Aires
www.florentinamurania.com.ar
Juan Lopez
r. Suipacha, 942, Centro,
tel. (5411) 4322-7554, Buenos Aires
www.juanlopezcueros.com.ar
Murillo 666
r. Murillo, 666, Villa Crespo,
tel. (5411) 4856-4501, Buenos Aires
www.murillo666.com.ar
Patagonia & Pampa
r. Paraguay, 406, Centro,
tel.(5411) 4312-8255, Buenos Aires
Silvia y Mario
r. Marcelo T. de Alvear, 550, Centro,
tel. (5411) 4315-2062, Buenos Aires
www.silviaymario.com
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