São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cobaia (experiências e testes de consumidores)

Arroz para amadores

Nem tudo aquilo que é prometido nos programas de vendas da TV se comprova no teste das panelas elétricas

MARCELO KATSUKI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os programas de vendas na televisão prometem: as panelas elétricas fazem o mesmo arroz preparado no fogão sem o perigo de queimar e, mais ainda, mantêm o alimento aquecido por até dez horas. Não é bem assim.
O arroz acaba ficando com um sabor diferente do normal, porque as panelas só funcionam corretamente com todos os ingredientes ao mesmo tempo: é preciso colocar o óleo, o alho, a cebola, o arroz, a água e o sal todos de uma vez.
As dez horas de arroz quente anunciadas pela publicidade também não correspondem à realidade: apenas uma hora após o cozimento, as panelas apresentam uma crosta de arroz seco e queimado no fundo.
Para testar os quatro aparelhos, preparei duas xícaras de arroz japonês com três xícaras de água em cada um, seguindo as instruções dos manuais. Os resultados foram bem parecidos, até mesmo no tempo. As diferenças ficaram na execução e na conservação do arroz pronto.
A limpeza das quatro é similar. Feitas de material antiaderente, todas soltaram fácil o arroz, exceto a da Settros que grudou um pouco. Além da cuba, há a tampa interna destacável e o coletor de água externo, que precisam ser lavados sempre. A tampa da Zojirushi é mais complexa, com uma válvula que controla a saída da pressão e portanto, um pouco mais trabalhosa para limpar.


MARCELO KATSUKI, 40, é editor de arte da Folha Online e autor do blog Comes&Bebes

Sem chance de queimadura
O forte da Zojirushi é o design diferenciado e o cabo, que enrola em sua base. De formato quadrado e cantos arredondados, ela não tem alça, mas dois pontos para transporte sob a base. Isso evita o contato das mãos com a saída do vapor quente, o que não acontece com as outras três panelas.
Ela é a mais bem acabada das quatro e o manual é o mais detalhado, mas vem em inglês. Há um resumo traduzido para o português.

Quanto mais quente, pior
A Fun Kitchen tem pouco isolamento e seu revestimento externo fica bem quente, ao contrário das outras três, e a temperatura interna é a mais alta. Em duas horas, o arroz ressecou e formou uma crosta grossa no fundo da panela.
A tampa interna é mais solta que as demais, o que atrapalha o fechamento. Mas basta abrir e fechar de novo para resolver o problema. O coletor de água é o mais difícil de encaixar.

Não julgue pela aparência
A Settros é feia, com plástico amarelado de aparência envelhecida e flores estampadas. Mas cozinhou no mesmo tempo que as outras duas menores e manteve o arroz aquecido em boa temperatura sem queimar. Tem um aspecto robusto e encaixes perfeitos que, aliados à boa conservação do arroz aquecido, fazem dele uma opção atraente. Ou seja, é o "feio que satisfaz".

Lenta, mas o manual é bom
A DL gastou 30% a mais de tempo do que as outras para executar a mesma função. A panela vem com um DVD que pouco informa sobre as características do produto. O melhor é o caderninho de receitas que traz fondues, geléias, sopas e vários tipos de risotos. Resta saber se são boas mesmo. Não tem alça, só uma cavidade que dá firmeza no transporte, apesar de próxima à saída do vapor.


Texto Anterior: Shoppings
Próximo Texto: Dúvidas éticas: Para ser ecologicamente correto, devo tomar minha cerveja na lata ou na garrafa de vidro?
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.