Loja de tecidos em São Paulo passa longe das estampas-clichês comlinha de criação própria e produtos importados

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Já faz tempo que as pontas de estoque de decoração da Vila Madalena viraram referência para quem precisa estofar o sofá e acha que tudo bem comprar um tecido de "coleção antiga", desde que pela metade do preço novo. Aberta há um ano, a Villa Nova fica num pedaço menos escondido que o núcleo da rua Delfina e faz outra linha.
Vende tecidos finos de fabricação própria como jacquards, xantungues, gorgorões de seda e linhas inglesas e italianas que, diz o marketing, "já decoraram o Vaticano e a Casa Branca". Se deu medo, justifica-se. Mesmo com os descontos de até 50% da liquidação que termina hoje, a loja pode ser proibitiva, considerando que ninguém vai lá em busca de menos que seis metros de tecido.
Mas, para se inspirar e ver coisas bonitas, vale o passeio. Pela quantidade e a qualidade de padrões em oferta, pela disposição esperta das amostras e pela generosidade do espaço, que termina em um jardim verdejante e oferece assentos macios -em sofás também à venda- para ponderar, se preciso por horas. O que vem a calhar quando se trata de decidir por algo para conviver pelo resto da vida, como o bendito pano do sofá. Chama a atenção a preferência pelos padrões clássicos, como florais e listras; e o tom oriental da temporada.
Uma opção mais "em conta" são as chamadas chitas da marca, na verdade algodões com estampas florais que, para fazer jus ao nome do tecido de inspiração, precisariam ser mais "alegres". Chiques, mesmo, são os tecidos da inglesa Roco, inspirados em ikebanas, com impressões fotográficas de folhas e listrados em verde-água, branco e marrom; custam R$ 765 o metro.
Multiplique por 14, e não sei se não vale mais a pena comprar um sofá novo. Na Forma. Num suposto agrado aos que nem podem pensar no caso, a loja tem objetos que usam os tecidos, como cadernos e porta-retratos. Nada tentador, à exceção da mala de mão que dobra e cabe na maior (R$ 200).