São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010

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BAGAGEM [compras mundo afora]

Paz, amor e muita bata

O mercado de Anjuna, em Goa, tem mesmo de tudo: de joias a limpadores de cera de ouvido

Manuela Minns
Tendas com luminárias de tecido, cangas, batas e calças tipo ali babá no tradicional mercado de Anjuna, em Goa, cuja temporada vai até o fim de fevereiro

MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O tradicional mercado de Anjuna é uma experiência divertida para quem visita Goa na alta temporada, que vai de outubro a fevereiro. As cores fortes das túnicas de algodão, bolsas de seda e colchas de patchwork expostas nas barracas apinhadas atraem como ímã.
Ao chegar mais perto da confusão (como qualquer mercado indiano, o de Anjuna é caótico) é possível distinguir melhor o que está à venda. O visitante logo ouve os apelos de vendedores, tocadores de tambor e limpadores de cera de ouvido.
Caminhando entre os corredores é possível achar de tudo. De especiarias e caderninhos forrados a livros usados e marionetes feitas no Rajastão.
Tudo começou como um pequeno mercado hippie nos anos 60. Quando os europeus que se largavam em Goa por meses decidiam voltar para casa, levavam seus pertences e criações artísticas para ali, a fim de vender tudo e comprar a passagem de volta. Hoje, o mercado é imenso e está mais "profissional". Além de artesãos, vendedores de lojas locais armam barracas com roupas de algodão e seda produzidas em Mumbai. As calças bufantes e com cavalo baixo são um hit.
Antes de comprar qualquer coisa, é bom checar se a peça não tem furos ou defeitos graves de fabricação. Outra dica é barganhar sempre. Os vendedores jogam o preço lá em cima. Conseguir baixar o preço à metade é uma vitória suada que pode levar meia hora. É importante levar dinheiro em espécie: em Goa todas as transações são feitas dessa forma.
O melhor lugar para comprar objetos de prata é a área onde ficam os vendedores do Tibete. As joias ficam expostas em cobertores espalhados pelo chão e caixas de vidro. Os tibetanos pesam os maravilhosos braceletes com pedrarias e os anéis de serpente na frente do comprador, e calculam o preço pela cotação da prata no dia.
Os melhores horários para visitar o mercado são logo pela manhã, por volta das 8h, ou mais para o final da tarde. Assim evita-se o calor, que nesta época é de derreter. É gostoso caminhar até a praia e dar um mergulho ou tomar um drinque em um dos bares. Vale esticar até o pôr do sol, que em Goa é espetacular. Um dos bares mais tradicionais é o Shore, que serve peixes e sucos naturais. O som é animado e a moçada que circula por lá, bem bonita.


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