CINEMA

Angel

Ozon filma sua primeira produção inglesa

Ricardo Calil

Angelica Deverall (Romola Garai) é uma adolescente mimada, com imaginação fértil e vocação para escrever romances açucarados. Em pouco tempo, ela se torna a autora mais famosa da Inglaterra, fica milionária e se casa com um atormentado pintor (Michael Fassbender). Mas sua vida se transforma em tragédia quando seu casamento entra em crise e seus livros saem de moda.

Ao adaptar "Angel" (1957), o romance satírico de Elizabeth Taylor (a escritora, não a atriz), François Ozon conseguiu fazer um filme que se parece com um melodrama antiquado e, ao mesmo tempo, é absolutamente contem porâneo, todo recoberto por uma pátina de ironia.

Se, à primeira vista, "Angel" pode lembrar uma produção dirigida por James Ivory (ou seja, uma obra atual filmada como nos anos 40), logo se percebe que Ozon está na companhia de Pedro Almodóvar e Todd Haynes em sua homenagem sincera, seu pastiche sentido da Hollywood clássica.

Diretor talentoso e irregular, capaz de grandes bobagens ("8 Mulheres") e grandes momentos (a primeira metade de "Swimming Pool"), o francês Ozon chega agora à maturidade em sua primeira produção falada em inglês.