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DE 29 DE JUNHO A 5 DE JULHO DE 2012 |
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CINEMACRÍTICA | Fausto Premiada em Veneza, obra causa vertigensCássio Starling Carlos "Fausto", como todo mito, esconde segredos inesgotáveis. A história do médico que vende a alma ao Diabo em troca do poder infinito na forma de conhecimento já foi escrita, pintada, encenada e filmada fiel ou infielmente inúmeras vezes, atestando o fascínio que gera o "mal".O "Fausto" do cineasta russo Aleksandr Sokurov, premiado com o Leão de Ouro no último Festival de Veneza, retoma a versão do mito consolidada por Goethe, mas não se confunde com uma adaptação ilustrativa de um texto clássico. O deslumbramento deste "Fausto" que estreia hoje (dia 29), ainda que associado à riqueza poética e simbólica dos diálogos e situações, decorre do modo como Sokurov conjuga imagens e imaginário para alcançar um resultado cuja originalidade impressiona. As referências pictóricas e a distorção anamórfica das imagens intensificam o efeito anômalo que a direção de arte e os figurinos provocam, empurrando o espectador rumo à irrealidade. O resultado por vezes fica preso no esteticismo, mas, quando se liberta dessa ideia superficial de beleza, produz vertigens. Para completar, a partir de domingo (dia 1o), a Reserva Cultural exibe seis filmes-releitura do mito, com destaque para a não menos inventiva apropriação feita por Carlos Reichenbach em "Filme Demência". Não recomendado para menores de 14 anos. |
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