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Terence Blanchard

Trompetista mostra CD produzido por Hancock

Vinicius Mesquita

O trompetista Terence Blanchard, que cancelou sua vinda em julho do ano passado e agora se apresenta na quinta (dia 15) no Bourbon Street, precisou da ajuda da histórica gravadora Blue Note para ser definitivamente considerado um dos mais importantes solistas do jazz.

Antes do lançamento do álbum "Bounce" (2003), o instrumentista estava mais conectado com o universo dos compositores e arranjadores e vivia sob a sufocante sombra do cineasta norte-americano Spike Lee. Ao lado do diretor por quase duas décadas, o músico criou as trilhas sonoras para filmes como "Mais e Melhores Blues" e "Malcolm X", entre outros.

A Blue Note tem em seu retrospecto a tradição de projetar grandes trompetistas. Da geração "pós-bebop", por exemplo, não sobrou um único gigante que não tenha sido moldado por ela: Clifford Brown, Fats Navarro, Donald Byrd, Lee Morgan e até Miles Davis -que era muito mais conhecido como o garoto da Columbia Records- lançaram discos pela gravadora.

Antes da atual fase, Blanchard era muito mais dependente de sua austera formação musical clássica e de um currículo apoiado na amizade com o trompetista Wynton Marsalis e na passagem pelo grupo Jazz Messengers, liderado pelo baterista Art Blakey. Hoje, correndo o mundo para divulgar o álbum produzido pelo pianista Herbie Hancock, "Flow" (2005), o solista pode mostrar como foi minuciosamente lapidado pela contemporaneidade da gravadora, fraseando entre o "novo bebop" (conhecido também como "post bop") e a velha escola "cool".

No Brasil, que sofre atualmente com a falta de bons espetáculos de jazz, Blanchard vai se apresentar ao lado de Brice Winston (sax), Fabian Almazan (piano), Derrick Hodge (baixo) e Kendrick Scott (bateria).

Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, Moema, região sul, tel. 5095-6100). 400 lugares. 21h30 e 23h30. Couv. art.: R$ 95. CC: AE, D, M e V. Valet (R$ 12).A C D R