Dérbi traz de volta sensação que só grandes clássicos podem causar 

Mesmo que só neste domingo,  palmeirenses querem mais vencer rivais na final que qualquer título

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Um esclarecimento para começar: este teimoso colunista considera que o Campeonato Paulista teve graça até 1990, quando conquistado pelo belo time do Bragantino, em decisão contra o Novorizontino.
Não por ter sido decidido por dois clubes do interior, fique claro.

Mas porque, em seguida, principalmente porque o São Paulo ganhou duas Libertadores em 1992/93, o torneio continental passou a ser a obsessão dos grandes do estado e o Estadual deixou de ser valorizado, por não classificar para torneios maiores.

De lá para cá, o São Caetano ganhou um campeonato, o Ituano dois, o Palmeiras quatro, o São Paulo cinco, o Santos sete e o Corinthians oito.

Portanto, para ficar bem claro, nas contas deste irritante escriba, o time do coração dele tem 20 títulos paulistas e oito paulistinhas.

O que não significa ter deixado de comemorar quando os títulos vieram em cima dos rivais históricos, o Palmeiras, em 1995 e 1999; o São Paulo, em 1997 e 2003 e o Santos, em 2009 e 2013. Já contra o Botinha, em 2001, e contra a Ponte Preta, no ano passado, francamente, não deu.

Não há nenhuma contradição nisso, muito menos em considerar a taça do estadual de 1977 como a mais importante de todas, incluídas as sete do Brasileiro, a da Libertadores e as duas dos Mundiais da Fifa.

É óbvio que ninguém precisa compartilhar sentimento tão particular, ainda mais aqueles que não viveram 1977.

Dito isso, não cabe dúvida sobre o clima e a importância do Dérbi decisivo, infelizmente com torcida única na casa verde, possibilidade, improvável, de os visitantes festejarem só no gramado, sem ninguém para apoiá-los.

Teremos mais gente no estádio que no jogo contra o Alianza Lima pela Libertadores porque, neste domingo, mesmo que seja só neste domingo, os palmeirenses querem mais derrotar os rivais numa decisão que qualquer outro título.

Daqui a dois dias já não será assim, mas não importa.

Aos corintianos, então, com mínimas chances no torneio continental, virar a disputa no campo alheio terá o gosto do Santo Graal.

Afinal, cada doido com sua mania.

Sobre as estatísticas do clássico, outro esclarecimento, este apenas de bom senso, apesar de que, sabem a rara leitora e o raro leitor, bom senso têm os que pensam como nós pensamos: jogos dos antigos Torneios Inícios não valem, porque disputados em 20 minutos e decididos muitas vezes pelo número de escanteios.


Daí ser correta a contagem que mostra serem 126 as vitórias alviverdes e 124 as corintianas, com 106 empates. 

Diga-se, para animar os da Fiel, que no campeonato estadual a vantagem é do Corinthians — 76 a 70.
Se a avaliação da coluna se demonstrar correta, a diferença no cômputo geral aumentará e a específica diminuirá.

Mas essa é uma história para ser vivida logo mais e contada segunda (9), neste mesmo espaço.
Tomara que depois de grande espetáculo, diferentemente do habitual desde que começaram os mata-matas do Paulistinha de 2018, que termina por se transformar em Paulistão, dada a grandeza do Dérbi disputado desde 6 de maio de 1917, com vitória do Palestra Itália por 3 a 0, no Parque Antarctica.

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