Global, campanha 'Free Lula' enfrenta reação local

Gleisi Hoffmann, alvo preferencial on-line, é atacada por mensagem gravada para Al Jazeera

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No título da Bloomberg, "Campanha 'Free Lula' se torna global", exemplificando com a presença de Dilma Rousseff na Universidade da Califórnia em Berkeley.

A turnê da ex-presidente, que passa por outras instituições americanas, começou em universidades europeias e vem sendo coberta por agências e veículos. Também participam os presidenciáveis do PC do B, Manuela Dávila, que foi até o Uruguai, e PSOL, Guilherme Boulos, com ações e entrevistas, uma delas ao britânico Guardian, em que responde que, eleito, assinaria o perdão de Lula.

A campanha se soma à cobertura externa que vê a democracia fragilizada no país, com a prisão de Lula, e à ampla veiculação da foto do ex-presidente carregado por apoiadores —a ponto de o francês Le Monde questionar por que não se fez o mesmo no Brasil.

Uma primeira reação veio com a participação do juiz Sergio Moro na Associação de Estudos Brasileiros da Faculdade de Direito de Harvard, no qual declarou ser importante dizer, "porque o mundo está prestando atenção", que "a democracia não está em risco no Brasil".

Mas o confronto mais ruidoso começou depois que o canal de transmissões não editadas Al Jazeera Mubasher (acima), semelhante ao americano C-Span ou à brasileira TV Senado, apresentou um vídeo da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, com um "recado sobre a situação de Lula para o mundo árabe".

Reproduzido pela senadora em seu perfil de Facebook na terça, a mensagem acionou respostas via WhatsApp a partir de quarta, a ponto de levar o Boatos.org, pioneiro na checagem de fatos e agora muito atento ao WhatsApp, a analisar o caso em detalhe. Concluiu, em suma:

"A história que aponta que Gleisi Hoffmann convocou o Estado Islâmico a lutar contra o Brasil, invadir o Brasil e 'salvar Lula' é falsa. 1) Ela não falou a terroristas. 2) Ser árabe não é ser terrorista. 3) Os 
árabes parecem ter outros problemas mais importantes do que a prisão de Lula para se preocupar."

Como demonstram outras análises do próprio Boatos.org e da revista Veja, a senadora é alvo preferencial de "fake news", em episódios virais que já incluíram montagens falsas de tuíte e até de "nude".

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