Íncubos, algozes e sicofantas

Para enfrentar choque de realidade, o autor experimentou uma nova droga

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A crise veio em mangas de camisa. Paraninfos faziam grande algazarra em frente ao pseudoacampamento dos loquazes. A malta era boa e dava gosto ver os quatro gigantes dando cambalhotas de Leopoldo. Mas foram dias sombrios e desagradáveis.

Durante muito tempo, o fumo e o ar espesso diziam coisas em nossos ouvidos esfaimados. Conforme descrição de outros observadores, a desconfiança era em lata. Boa argamassa não havia, mas alguns suspiros profundos serviram como insumo básico. Era como nos velhos tempos: nas cidades, os latidos; na terra, um grito aguado.

Guardado para outra ocasião ficou um beijo, no alto do penhasco. A formação rochosa não me deixava dormir. Era demais para mim. Logo eu, que nunca me atrevera a fingir de morto.

Algumas horas são mais terríveis que outras. Felizmente, ou infelizmente, especialistas em revoluções intestinas confirmaram que o candidato já estava cagando e andando. Foi pensando nisso que o sino bateu, mas a janela era grande e os vampiros entraram todos, sem dificuldade.

A pele, sensível, fugiu. Partiu sem dar explicações. Fosse comigo e eu a teria feito mudar de ideia. Ficar invisível, por exemplo. Assim é a vida nas profundezas da tribo. Cortando o território em vários pontos, estamos em pé de igualdade com milhares de folhas mortas, tendo inclusive o cuidado de chorar amargamente. Se vier o meteoro, tudo bem.

Este texto foi escrito sob o efeito de altas doses de MILLÔRAX 500 mg. (descaralhato de deixassoltomicina). Eu disse “altas doses”, e não overdose, porque este medicamento não tem contraindicação e pode ser consumido sem moderação.

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