Sim, 15 minutos fazem diferença. Foi esse o tempo pelo qual voluntários deram carinho a 50 cães de um abrigo nos Estados Unidos para um estudo que tinha a intenção de avaliar o impacto de uma breve interação sobre o bem-estar dos animais. Os dados estão na edição de junho da Applied Animal Behaviour Science, uma das principais revistas científicas sobre comportamento animal.

Voluntários foram orientados e interagir de maneira calma, mantendo tom de voz amistoso, baixo e ameno. Parâmetros fisiológicos e comportamentais dos cães foram monitorados antes, durante e depois da sessão. Resultado: na comparação dos dois minutos iniciais com os dois minutos finais da interação, a frequência cardíaca —um dos principais marcadores do estado emocional dos animais— estava significativamente menor, o que sugere um nível maior de relaxamento.

Junto à frequência cardíaca, também caíram os episódios de pedidos de contato e o número de animais que permaneceu em pé. Para os pesquisadores, deitar-se e deixar de pedir carinho incessantemente também são marcadores de bem-estar.

O estudo reforça a necessidade de os abrigos terem voluntários que possam dar atenção aos animais, mas também responde a uma inquietação de pessoas que relutam em adotar os cães porque não dispõem de muito tempo para eles. De fato, não precisa tanto. 

A conclusão vai ao encontro de outro estudo, um pouco mais antigo, segundo o qual bastam dez minutos de contato para que cães passem a tratar um primeiro voluntário de forma diferente a um segundo estranho que entra na sala. Isso significa que eles prontamente estabelecem vínculos, o que derruba o mito segundo o qual cães adultos podem não se afeiçoar a uma nova família.

Portanto, adote! Ele pode ser adulto. Mesmo assim, ficará feliz com alguns minutos de atenção por dia.