Mortes: Rainha do Arrocha, Nira Guerreira adorava cozinhar
Lançou mais de 15 álbuns e foi uma das expoentes do ritmo na Bahia
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Um dos sonhos de Nira era o de se apresentar no Domingão do Faustão, uma vez que era cantora. Outro, ter o restaurante próprio. Adorava cozinhar, então seria um passo natural para a cantora.
Nos últimos tempos, uniu as duas coisas que mais gostava de fazer ao promover o "Cozido da Nira Guerreira" todas as sextas, em que vendia o prato que ela mesma cozinhava e animava a noite com shows.
Nascida em uma família de artistas de Salvador em que "todo mundo canta", como diz o irmão Jorge, teve a voz poderosa reconhecida na igreja.
Passou então a se apresentar cantando seresta, ritmo marcado por letras simples e de caráter sentimental, popular entre os amantes da música brega.
Quando surgiu a batida do arrocha, mais acelerada, Nira fez a transição. Estourou na Bahia, ganhando o codinome de Nira Guerreira, a Rainha do Arrocha.
O "guerreira" foi dado por uma amiga do bairro, por causa do jeito batalhador. À época casada com um caminhoneiro, Nira criava os três filhos sozinha e ainda comprava briga para ajudar quem estivesse passando por necessidade.
Não escondia os dois vícios: o cigarro e o café. Bebia uma garrafa por dia. Quando chegava de madrugada dos seus shows, o irmão já tinha deixado uma pronta. Se ele estivesse acordado, papeavam tomando a infusão e a soma podia chegar a duas por dia. Quanto ao cigarro, dizia que não atrapalhava a sua voz.
Lançou mais de 15 álbuns e fez turnês pelo Nordeste, tendo como principais sucessos músicas de letras emocionais comuns ao estilo, como "Vou Vencer" e a "A Culpa é Sua".
Morreu no dia 10, aos 56, após a metástase de um câncer de mama. Deixa os filhos Talina, Flávia e Luiz Carlos Júnior, sete netos e 15 irmãos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br