Mortes: Migrante nordestina, descobriu a corrida nas praias de Santos
Nascida no interior do Maranhão, trabalhou na lavoura e foi babá até descobrir o esporte
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Maria dos Remédios Castro tem uma história de esforço, trabalho e superação. Em muitos aspectos, sua trajetória se assemelha à de milhares migrantes nordestinos que tentam a sorte em São Paulo.
Nascida no interior do Maranhão, Maria perdeu a mãe aos três anos. Durante a infância, trabalhou duro na roça com o pai e os sete irmãos.
Aos 17, decidiu apostar e embarcou rumo à Baixada Santista, no litoral paulista. Lá chegando, descobriu que o sonho de uma vida nova não era tão fácil como prometiam.
Trabalhou como copeira, babá e auxiliar de escritório. Fez cursos de manicure, de bordado e de massagem —agarrava qualquer oportunidade que aparecesse de aprender uma profissão.
Sua vida mudou de verdade, contudo, quando descobriu a corrida, aos 36 anos.
Remédios começou a correr na praia, em Santos. Percebeu que tinha talento e quis fazer do esporte uma profissão.
Passou a treinar todos os dias e não parou mais. Ganhou diversas provas de pedestrianismo em São Paulo e em outros estados, entre elas a meia maratona de Praia Grande.
Maria formou-se em educação física e passou a trabalhar como professora, organizando turmas de corrida e de exercícios funcionais nas praias da Baixada.
Atenta e comunicativa, fazia questão de dar atenção especial a cada aluno. Vivia com o intuito de promover o esporte.
Morreu no dia 9, aos 48 anos, em Santos (SP), poucos dias depois de organizar sua primeira corrida de rua, um antigo sonho seu. A causa da morte foi uma infecção generalizada. Ela deixa o marido, Amaral, e irmãos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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