Cosme Degenar Drumond não tinha mais do que oito anos quando o pai o levou pela primeira vez para ver um avião.
Ficou maravilhado com o ronco dos motores e com o movimento dos trabalhadores no pavilhão onde se consertavam as aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira).
Degenar nasceu na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro. O pai, mecânico de aviões da FAB, costumava levá-lo para o trabalho.
Certa vez, conheceu um piloto do antigo Correio Aéreo Nacional, de quem ganhou uma touca de aviador e os bons votos de que seguisse ele mesmo carreira na aviação. Guardou o souvenir por vários anos, mas preferiu não seguir o conselho.
Por influência do pai, que queria que o filho "ganhasse responsabilidade" e entrasse para as Forças Armadas, Degenar serviu na Aeronáutica. Apesar disso, não quis fazer carreira militar.
Tornou-se, alguns anos depois, funcionário do antigo Ministério da Aeronáutica. No órgão, integrou a equipe que fundou o Museu Aeroespacial.
Foi nessa época que começou a pesquisar a história da aviação. Não raro viajava pelo país para recolher histórias, documentos e peças para o acervo do museu.
Percebeu, com o tempo, que o sonho de menino de ser jornalista começava a falar mais alto. Foi quando começou a trabalhar na imprensa, principalmente em revistas especializadas no setor aéreo.
Curioso, pesquisou a fundo a história da aviação nacional e de seus personagens. Lançou diversos livros sobre o tema, entre eles uma biografia de Santos Dumont e outra do brigadeiro Salgado Filho.
Morreu no dia 16, aos 70 anos, no Recife. Deixa os filhos, Andréa, André e Vinicius, e os netos, Thaís, Felipe e Guilherme.
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