Policial morre baleado na cabeça em confronto na zona norte do Rio

Com este, já são 62 policiais mortos no estado neste ano, entre eles 58 PMs

Viatura da PM no Morro dos Macacos, no Rio - Daniel Moreno/Folhapress

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Rio de Janeiro

Um sargento da Polícia Militar morreu na manhã desta quinta (28) durante uma operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro. Com este, já são 62 policiais mortos no estado neste ano, entre eles 58 PMs.

Jason da Costa Pinheiro, 42, foi atingido na cabeça durante patrulhamento na região, após suspeitos atacarem os policiais, segundo versão da PM.

Um vídeo feito por moradores mostra o agente sendo carregado pelos colegas. Pinheiro foi socorrido ao Hospital do Andaraí, mas não resistiu. Ele ingressou na corporação em 2000 e deixa a esposa e três filhas.

O policial trabalhava na UPP Macacos (Unidade de Polícia Pacificadora), que realiza a operação na comunidade desde o início da manhã para checar informações do setor de inteligência.

Segundo o aplicativo colaborativo Fogo Cruzado, disparos começaram a ser ouvidos às 5h30. Até as 10h, a polícia ainda bloqueava os dois sentidos no túnel Noel Rosa, que passa embaixo da favela --a cerca de 4 km do estádio do Maracanã.

4 BALEADOS EM 24 HORAS

Um outro policial militar já havia sido baleado em Vila Isabel na tarde desta quarta (27), em uma rua ao lado do Morro dos Macacos. Leonardo Freitas, 37, foi atingido em uma tentativa de assalto e passou por cirurgia, mas seu estado de saúde era estável.

Incluindo o caso de Freitas, a cidade do Rio de Janeiro teve quatro policiais alvejados em menos de 24 horas entre terça (26) e quarta, segundo o jornal O Dia. Todos em tentativas de roubo.

Entre eles estão o policial federal aposentado Luis Carlos Dias, morto no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste) às 23h de terça; o policial civil Marcus Fonseca, 45, ferido no Andaraí (zona norte) por volta das 8h de quarta; e o policial civil Eduardo Freire Pinto Guedes Filho, 47, morto no Méier (zona norte) também na manhã de quarta.

OUTRA OPERAÇÃO

Enquanto o Morro dos Macacos passa por intensos confrontos na manhã desta quinta, outras duas favelas da zona norte do Rio são alvo da maior operação desde o início da intervenção federal na segurança do estado --decretada em 16 de fevereiro pelo presidente Michel Temer (MDB), que nomeou o general Walter Braga Netto como interventor.

Estão sendo empregados, nos morros do Chapadão e da Pedreira, 5.400 militares das Forças Armadas, 80 policiais militares e 100 policiais civis, com apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos de engenharia.

A segunda maior operação da intervenção, no último dia 7, havia mobilizado 5.370 militares, PMs e policiais civis em seis comunidades de Jacarepaguá (zona oeste), segundo o Observatório da Intervenção, do centro de estudos de segurança da Universidade Cândido Mendes.

Nesta quinta, de acordo com o Comando Militar do Leste (CML), a Polícia Militar faz a estabilização da área e bloqueia algumas vias dos dois morros, enquanto a Polícia Civil realiza a revista de pessoas e veículos para checar antecedentes criminais e cumpre mandados judiciais.

Por terra e pelo ar, são distribuídos folhetos com orientações sobre como colaborar anonimamente com informações e sobre como acessar a ouvidoria da intervenção. Segundo o CML, a ação beneficia "direta e indiretamente" 1,2 milhão de pessoas.

 

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