Descrição de chapéu Obituário Horácio Dídimo (1935 - 2018)

Mortes: Autor de literatura infantil cearense, transparecia leveza

Horácio Dídimo publicou 40 livros e ocupava a cadeira oito da Academia Cearense de Letras

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Thaiza Pauluze
São Paulo

 A aparente simplicidade de Horácio Dídimo contrastava com o tamanho de seus feitos. O professor, escritor e poeta, nascido em Fortaleza, publicou ao menos 40 livros e ocupava a cadeira oito da Academia Cearense de Letras.

Horácio Dídimo, autor de literatura infantil cearense, transparecia leveza - Arquivo Pessoal

Fã declarado de Monteiro Lobato, era autor de ficção e poesia, mas também de publicações no campo do ensaio. Tornou-se um dos mais notórios do país, porém, na literatura infantil, com obras como "O Passarinho Carrancudo", "Historinhas Cascudas", "A Palavra e a PALAVRA" e "Ficções Lobatianas: Dona Aranha e as Seis Aranhinhas no Sítio do Pica-pau Amarelo".

Nos anos 1980, foi dele a iniciativa de distribuir uma coleção de livrinhos para crianças da zona rural do estado. Mas Horácio, além disso, acabou criando a primeira disciplina sobre o tema no curso de letras da UFC (Universidade Federal do Ceará) —faculdade em que se formou e na qual foi professor e chefe de departamento.

Pelos amigos, era conhecido como "anjo" ou "santo". Talvez pela acendrada espiritualidade (era católico fervoroso), talvez pela forma leve com que tratava a todos. 

Depois de aposentado, Horácio continuou ativo. "Escrever nunca foi difícil para mim. As ideias vão aparecendo e eu vou transformando em uma poesia", afirmou numa entrevista. Também fazia questão de sempre ler novos autores.

Lançou o 40º livro da carreira, "A Estrela Azul da Fé e da Poesia", aos 80 anos. Acabara de ser homenageado com a com a publicação de "Horácio Dídimo em Estudo". O livro, que reúne artigos sobre a sua obra, foi lançado em agosto.

Os filhos acharam ainda em seu computador quatro escritos inéditos, prontos, que ainda serão lançados —dois infantis, dois de poesia. A intenção da família é também criar um instituto com acervo de tudo que fez. 

O último adeus de Horácio foi no dia 2 de setembro, aos 83 anos. Ele havia sido diagnosticado com um câncer mieloma em estágio avançado havia 40 dias. Deixou dois irmãos, a esposa, Maria Evendina, quatro filhos e dez netos. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas

Relacionadas